A grande chamada de primeira página do Sol de hoje é sobre os motivos porque Proença de Carvalho deixou de representar as crianças alegadamente abusadas na Casa Pia.
É daquelas novidades tão novas, tão novas, como o dia em que o dito Proença se ofereceu para tão espinhosa missão.
Estas revelações a posteriori são no mínimo fantabulásticas.
"Descobre-se" agora que Proença, afinal, ao ir avançando no conhecimento do processo se terá apercebido que mantinha relações pessoais com alguns dos acusados/arguidos.
Olha que grande descoberta.
Parece que, pelos vistos, ao oferecer-se de coração aberto para ajudar os queixosos, o novato e inexperiente, para além de amnésico, casuídico não saberia a identidade dos arguidos, sobre quem a comunicação social sempre manteve segredo, bem como não estaria bem ao corrente da identidade de amigos seus de há décadas.
Pelo que, só compulsando os dados dos processo e conhecendo os seus detalhes, é que lhe ocorreu que aquele Fulano de Tal era exactamente o Fulano de Tal com quem teria jogado a canasta com alguma frequência ou que o Sicrano da Silva era o mesmo Sicrano da Silva que conhecia desde os tempos da Faculdade.
E foi só então - perante tal desmesurada e inesperada revelação - que Proença de Carvalho, sempre um modelo de ética neste tipo de assuntos, que aliás conhecemos desde os seus tempos na RTP, decidiu afastar-se do caso.
Isto não sem que tivesse trocado uns telefonemas com algumas pessoas, pelos vistos suas amigas ou conhecidas, com o cuidado de o fazer pedindo números que pudessem estar afastados de escutas.
O que vale é que, amnésico como parece ser, não há perigo que Proença de Carvalho se tenha descuidado no carreamento de conhecimentos obtidos nos poucos meses em que teve acesso aos dados do processo para ambientes exteriores ao mesmo.
É o que vale.
Porque, como se percebe, Proença de Carvalho sempre teve a melhor das intenções e queria genuinamente ajudar as crianças da Casa Pia.
O que falhou foi a sua memória para nomes e caras, pecha que é proverbial e de todos conhecida.
Porque se ele se tivesse lembrado de quem eram os seus amigos ou tivesse conseguido reconhecer as suas caras quando (não) apareceram (todos os dias) nos jornais e televisões, por certo que não teria perdido o seu precioso, valioso e normalmente bem pago tempo.
Pois.
AV1 (esfuziante depois de uma refeição de cogumelos, daqueles parecidos com os das histórias do Estrumpfes, com umas bolinhas vermelhas)
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