Consta por aí que a SIC e a TVI servem sexo puro e duro em prime-time e eu nem dei por isso.
Não é por nada, mas ando com uns problemas quase parecidos com os do Brocas, embora talvez de natureza mais passageira, que mal me têm deixado tempo para ver em gravação os últimos episódios do House, do 24 e do Everybody Loves Raymond.
A minha atenção à TV é tal que na 4ª feira andava à procura do jogo da lagartagem quando ele já tinha acabado.
Mas isso agora não interessa nada.
O que interessa é que a revista Sábado (pelo menos para as revistas eu guardo sempre um tempinho) deu-se ao abençoado trabalho de contabilizar as prevaricações das novas novelas do momento em matéria de SEXO, MUITO SEXO, poupando-me o tempo e esforço de ser eu a deitar mãos e olhos a tal tarefa.
Parece pois que, numa só semana, tivemos 33 cenas de sexo em diversas posições e contextos, 22 nus (o que significa que houve muito sexo com excesso de paramentagem), 87 traições (chiça... como é isso possível só com 33 oingos-boingos? traição em pensamento não está com nada), 41 beijos (pouco mais de 1 por... ou é só tipo beijinho, beijinho?), 24 propostas sexuais (por concretizar, tipo Nuno Gomes, ou concretizadas? É que assim houve 9 trungalhunguices sem proposta prévia), 24 conversas sobre swing (e quantas sobre cha-cha-cha?), 60 diálogos picantes (o que raio quer isso dizer nos tempos que correm?) e 10 apalpões.
Ora é aqui que eu me insurjo com habitual veemência que reservo para as grandes causas, do género um neurónio para a dupla dinâmica já! ou um prontuário para a Baixa da Banheira e em força!
SÓ uma miséria de 10 APALPÕES???
Mas então em que país estamos?
Mas que raio de realidade andamos a retratar?
Uma semana com duas séries dedicadas à titilação da nossa líbido e umas simples duas mãos cheias de apalpões?
NÃO PODE SER!!!
Isto não retrata a realidade, meus amigos e amigas.
Vós o sabeis!
O APALPÃO ESTÁ NA ALMA (e na palma da mão, para não falar nos dedinhos) DO TUGA e, felizmente, cada vez mais também da Tuga.
O apalpão foi - não o neguem- a nossa primeira experiência sexual significativa, ainda antes de todo o resto, ou querem-me fazer crer que entraram logo directamente na carreira no escalão do linguadão?
E agora querem escamotear-nos tal realidade do quotidiano nacional?
Estas séries são realmente de ficção.
Mas será que não aparece ninguém nos transportes públicos na Jura e na Tempo de Viver, ou lá o que raio se chamam?
Quem nunca apalpou ou foi apalpada(o) num laranjinha da Carris ou numa carruagem de metropolitano? Ou mesmo na velha Rodoviária, para não recuar ao tempo dos Belos, aqui pelas nossas bandas?
E na bela da repartição pública ou na unidade fabril, quem não confirmou se a pópózice da colega era ou não merecedora de apreço manual?
Mmmmm????
Brincamos não?
Quero iniciar aqui já o movimento cívico do APALPÃO AO PODER.
Ou se elevam os níveis de apalpão na televisão nacional, ou faz-se um boicote total e passam-se só a ver os canais por cabo ou DVD's.
Ou há apalpão ou não há mais nada para ninguém.
Tenho apalpado, digo, tenho dito!
A(palpão)V(iciado)1
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1 comentário:
Eu quero aderir a esse movimento!
Viva o apalpão.
Viva a "Picanço" que, antes de chegar ao Pavilhão onde ia ter aulas, começava a ver quem estava nos arredores.
Quando ela se "rebolava" naqueles 3 degrãos.....
Ok, já foi 30 anos atrás...
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