segunda-feira, agosto 20, 2007

O ataque ao poder moiteiro - A estratégia, parte 2

Depois do aparente interesse despertado pelo perfil do candidato desejável para defenestrar o poder moiteiro, seguiu-se, mesmo no momento certo, a parte 1 da estratégia de acção defensiva perante o que normalmente é a guerra suja da 2ª e 3ª linhas de amoitados aparelhistas, a mando do Rebarbativo Concelhio.
É altura, portanto, de passar à parte 2 da estratégia de acção, neste caso não tanto defensiva como mais pró-activa.
Provavelmente será a parte mais impopular desta minha reflexão porque no fundo destina-se a tentar fazer perceber que os aparelhos partidários e as ambições pessoais devem ser colocados para trás se é que querem ter sucesso.
A coisa é assim.
Existindo um candidato que preencha as condições já antes descritas - e já disse que os nomes em que penso talvez não sejam os mais óbvias, se bem que o amigo Brocas acertou à primeira cavadela ao contrário dos jericos comentaristas da tertúlia amoitada - e lançando a sua candidatura de forma independente, devem os aparelhos partidários da oposição local guardar o devido recato e não querer aparecer em bicos de pés ou com o braço logo sobre os ombros da dita personalidade.
Porque isso seria, por um lado, uma inutil e negativa instrumentalização e, por outro, um método rápido de afunilar a base de apoio de tal candidatura, abrindo-lhe o flanco ao contra-ataque das linhas recuadas do Partido do Colectivo.
A candidatura deve ser, até pelo novo modelo que se projecta para os executivos autárquicos, inicialmente um projecto independente das estruturas partidárias convencionais, a que podem - posteriormente - as forças da oposição local juntar-se, aliando-se no apoio.

De certa forma fazendo aquilo que não foi feito com Manuel Alegre, assim viabilizando a vitória de Cavaco Silva à primeira volta.
Se a miopia dos aparelhos partidários, na soberba dos "seus" candidatos" tivesse sido substituída por uma visão menos tacanha, poderíamos ter outro panorama em Belém...

Por isso, a ideia deve ser sempre a de deixar lançar a candidatura e depois - se é que são mulheres e homens para isso - as forças da oposição local unirem-se em seu redor, deixando para depois as mesquinhezas das lutas pelos lugares.
Aliás, mesmo no cenário actual, a oposição tem quatro vereadores, o que dá para satisfazer pelo menos todas as forças em presença numa possível futura aliança.
E por isso a equipa deve ser formada num segundo momento, de negociação do apoio à lista unificadora da oposição.
Claro que esta é uma estratégia difícil, com algumas fragilidades e pouco popular para muitas das figurinhas e dos figurões locais mais ambiciosa(o)s.
E é arriscada.
Claro que é.

Antes de mais porque envereda por uma nova estratégia de oposição, usando o frentismo real contra o frentismo retórico do Partido do Colectivo.
É uma estratégia de tudo ou nada, com pitadinhas de maniqueísmo, prestando-se a críticas óbvias como "eles juntaram-se todos contra nós".
Mas também é a única possibilidade de fazer virar o cadeirão.
Repartida em três facções, a oposição nunca ganhará as eleições, conseguindo quanto muito acabar com a maioria absoluta.
Mas mesmo conseguindo essa vitória relativa, só teria consequências se conseguissem todos entender-se a posteriori.
Nesse caso, porque não o fazerem a priori, deixcando tudo claro?

E esse tipo de aposta poderia fazer despertar uma imensa minoria de eleitores que têm optado pela abstenção, por não acreditarem em nenhuma das propostas de alternativa que ao longo de décadas se foram apresentando contra o poder moiteiro.
Umas por manifesta falta de qualidade.
Algumas por mera vaidade pessoal e ânsia de protagonismo.
Outras por manifesta atitude de "picar o ponto".
Por isso muita gente foi ficando em casa.
Não é verdade que a diversidade de alternativas seja, nestas paragens, motivo para aumentar as probabilidades de voto, porque o factor essencial é que, com uma oposição fragmentada, já se sabe quem ganha, apenas restando saber se é é mais ou menos à tangente, se é por goleada.

Em 2005 foi quase por goleada, quando nem os próprios esperariam.
Alguém aprendeu com os repetidos erros do passado?

4 comentários:

Anónimo disse...

Lá que a estratégia é arriscada não há duvida.
Lembrem-se um pouco do Jorge Sampaio que ficou conhecido no Contra Informação pelo Jorge ComPaio.
Arrancou só e deixou a malta a olhar uns para os outros. Depois a estratégia foi a de seguidismo.
Será que aqui o PS fará o mesmo? Ou não se importa de perder a todo o custo já que ganhar é impossível.

A velha política do PC da terra queimada.

AV disse...

O PS aqui não existe...

Anónimo disse...

O PS devia aprender com os erros mas consegue sempre voltar a fazer asneira da grossa.

Anónimo disse...

O PS aqui é o Vitor Cabral, e mesmo esse cada vez mais só como formalidade já que verdadeiro apoio do partido nem vê-lo... a não ser mais perto das eleições para o empurrarem lá para os lugares qause não elegíveis.

Se tivessem apostado no Vitor logo de ínicio se calhar a derrota não teria sido tão grande. É que, bem ou mal, dele sempre se conhecem as posições e o trabalho na "Velhinha".

Até mais.