Grande investida mediática da CMBarreiro em torno da revitalização do centro comercial do Barreiro, embora isso seja feito sob pressão da futura implantação do Fórum Barreiro que irá, conforme seja "usado", permitir a revitalização do comércio tradicional da zona envolvente ou acabar por destruí-lo completamente.
Basta olhar para o definhar do Feira Nova, em especial da sua área comercial de lojas e cinemas, para se perceber do que escrevo.
De qualquer modo, na revista Sábado desta semana temos direito a uma longa peça de publicidade institucional destinada a explicar o projecto, o qual surge num momento em que o Barreiro pretende renovar-se e surgem novas ideias como o Mercado da Rua Marquês de Pombal que pretendem que a cidade barreirense inverta a situação de degradação e declínio que a marcaram nos últimos 20-25 anos, por ter sido mal conduzida localmente e desprezada pelos poderes da capital.
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Embora me pareça que tudo isto precisará de muitas pernas (leia-se dinheiro), boa vontade e entendimento (leia-se coragem política de gerar consensos e apoios) para avançar de uma forma consequente, percebe-se que existe uma aposta destinada a recuperar um protagonismo perdido no contexto da margem sul - há quem fale em "centralidade" - e dessa forma atrair investimentos e ideias novas.
Ao contrário da Moita que se divide em reproduzir o que de pior teve nas últimas décadas - casario incaracterístico e boiadas - e projectos perfeitamente inviáveis e meramente propagandísticos como o inefável Parque Temático, de que já ninguém fala.
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Aliás, não deixa de ser curioso que Carlos Humberto, enquanto presidente da Junta Metropolitana tenha dado há um par de meses uma entrevista à revista Turismo de Portugal em que afirma que a aposta da região deve ser na requalificação da paisagem e na tentativa de alargar os pontos de atractabilidade turística, algo que há muito está ausente do chamado "arco ribeirinho" de Almada ao Montijo.
Só que, depois, é preciso que essas palavras se concretizem em actos e que, em especial quando a cor partidária é a mesma, exista a coragem de concertar estratégias e desenvolver projectos comuns de uma forma coerente.
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Mas é claro que, se o Barreiro quer recuperar uma centralidade perdida, a outra face da moeda é o reforço da situação ultra-periférica e de dependência da Moita-dormitório.
E nisso, tristemente, o poder moiteiro está de acordo e dá a sua mãozinha prestável, acedendo a tudo o que subalternize o concelho e o torne atractivo apenas devido ao baixo custo da habitação, resultado da falta de estruturas habitacionais de qualidade ou de infraestruturas de apoio, em termos de lazer e desporto.
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