sexta-feira, março 25, 2005

Notas de Imprensa

O Expresso saiu mais cedo este fim de semana por causa da quadra pascal, por isso parte da manhã de hoje passou-se a escavar nas montanhas de páginas de que é formado.
Passando sobre o caderno principal, onde as notícias "plantadas" cada vez são mais, vou ficar hoje por umas notas e curiosidades sobre o caderno Actual.

1) Belo artigo de Mário Robalo sobre a evolução histórica que sofreu a memória e a representação da Última Ceia. Nem sempre o dogma parece corresponder ao que chamamos normalmente verdade e vice-versa (pp. 18-19).

2) Destaque merecido, pelo que me consta, ao filme O Assassínio de Richard Nixon (p. 26) e à edição em DVD da série Anjos na América que passou por duas vezes na Dois. Não é bem o meu género, mas que é um momento único na história da televisão lá isso é (p. 29).

3) Galeria de mérito duvidoso da literatura (e agora da dramaturgia) "jovem" que temos nas páginas 32-33. Dos sete autores em destaque, consigo gostar do Possidónio Cachapa (mais que não fosse pelo nome). O resto é formado por muita pretensão, alguma "sensibilidade" (Pedrosa, Peixoto), alguns pós de pós-modernismo (Mexia, Tavares), muito vazio prolífico (Pires) e muito, muito boa imprensa.

4) Histórias mirabolantes dos tribunais portugueses, em especial de indemnizações por delitos de opinião como a devida por Francisco José Viegas a Alberto João Jardim, na apresentação do livro de Sofia Pinto Coelho, Jornalistas e Tribunais (pp. 46-47).

5) Continuação da deriva de João Carlos Espada para a direita mais extrema e para o alinhamento mais pró-americano que se pode imaginar num ex-esquerdista com que, ao contrário de Freitas, ninguém parece incomodar-se (p. 54). O elogio da nomeação de Paul Wolfowitz para a presidência do Banco Mundial consegue ultrapassar mesmo os limites do razoável ao considerar que PW "pode imprimir ao Banco Mundial uma orientação mais activa no combate à pobreza no mundo". A ideia deve ser: "se bombardearmos alguns dos países mais pobres e matarmos parte da sua população, o número de pobres no Mundo diminuirá".

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