quarta-feira, março 23, 2005

Ponto de Ordem à Mesa

Isto ontem animou fortemente a nível dos comentários, o que é bom.
Ao contrário do que um ou outro leitor possa pensar, quando escrevemos de forma veemente não é porque estejamos irritados mas porque gostaríamos que certos dados fossem dados por adquiridos.
Mesmo não sendo a equipa do blog completamente homogénea do ponto de vista ideológico, nem tenha o mesmo tipo de atitude quando ás atitudes concretas a tomar ou o mesmo tipo de rtalação com o poder autárquico moiteiro, partilham-se alguns princípios fundamentais, a saber:

-Independência de opinião, mesmo que possa existir uma ou outra maior simpatia partidária. Essa independência enuncia-se e demonstra-se na prática.

- Insatisfação com a situação de declínio que Alhos Vedros viveu durante a maior parte do século e com a degradação qu se tem vindo a suceder nas últimas duas décadas, tanto no plano ambiental, como urbanístico, para não nos alongarmos.

- Abertura a todo o tipo de opiniões, sem que isso signifique que deixemos de ripostar com maior ou menor vigor. Um dos nossos leitores regulares mais antigos, Titta Maurício, já testemunhou em nosso abono, o tipo de lealdade que reservamos àqueles com quem não concordamos.

- Interesse em dinamizar um debate de ideias sobre Alhos Vedros e o seu futuro, que não passa pela defesa de interesses pessoais, sendo por isso mesmo que o blog é assinado sob pseudónimo.

- Comentário ocasional de questões de âmbito nacional.

- Gosto pela recuperação e partilha de memórias sobre o passado de Alhos Vedros, assim como um especial prazer na divulgação de algumas preferências pessoais no plano da música, cinema e livros.

Quanto às sucessivas acusações que nos foram feitas mais recentemente, aqui e no Alhos Vedros Visual, vamos sumariar as que achamos despropositadas e porquê. Cumpre desde já dar a explicação geral que achamos serem parte dessas críticas causadas pela falta de hábito no concelho da manifestação de opiniões independentes, não alinhadas e desinteressadas pelo Poder, bem como o facto de muitos dos nossos leitores serem relativamentre recentes.

1) Alinhamento com a Oposição socialista: bastaria ler uma parte ínfima dos nossos arquivos para encontrar críticas directas a vários vultos do PS local, bem como nós ou colaboradores do blog já criticaram em outros espaços de opinião, a actual liderança concelhia socialista (Distrito Online é apenas um dos casos).

2) Alinhamento com interesses comerciais particulares: em mais de um milhar de posts, destacámos aqui algumas pessoas e instituições, desde a Academia e a sua Feira do Livro até ao Jornal O Rio e o seu director, Brito Apolónia, passando pela Azulejaria Guerreiro, pelo recente Exporádico ou mesmo pelo trabalho musical de João Martinho. No entanto, isso ocorreu quando foi de interesse manifesto e julgo que em nenhum dos casos o destaque foi imerecido. Claro que só destacamos o trabalho que conhecemos ou de quem conhecemos. Por exemplo, não conheço pessoalmente o João Martinho, mas gosto do que faz. Conheço o Luís Guerreiro e gosto do que faz. Só falei uma vez na vida com o senhor engenheiro Brito Apolónia mas compro O Rio e gostaria que ele se mantivesse de saúde. Não conheço os organizadores do Exporádico nem, por razões de deveres familiares, o visitei, mas acho que merecem um grande elogio.

3) Ataque cego à política da CDU na CMM: outro clamoroso erro de avaliação pois aqui já destacámos, de forma positica, o seu boletim Maré Cheia, bem como algumas das suas publicações ou mesmo a ideia subjacente a algumas intervenções. Por exemplo, a requalificação da zona histórica de Alhos Vedros é uma evidência, assim como a existência de espaços de lazer é algo fundamental. O que se passa é que discordamos do calendário oportunista desse tipo de obras, de algumas soluções técnicas adoptadas, bem como o abandono a que é votada a manutenção de alguns espaços. E, depois, de forma mais aprofundada, discordamos brutalmente da forma como tem sido gerido o espaço urbano, como têm sido esquecidas as questões ambientais e descurada uma política cultural consequente. Se é verdade que nos concentramos agora de forma mais verrinosa na dupla Lobo/Garcia, como fizemos a nível nacional na dupla Santana/Portas, é porque a achamos impreparada e vácua, apenas interessada em perpetuar-se no poder. Nada temos contra a CDU enquanto força política, podemos é ter contra quem se aproveita da sua eternização no Poder para o usar de forma que achamos desprovida de visão estratégica para o desenvolvimento do concelho e fazendo cedências tácticas pontuais ao sabor das conveniências do momento (caso da colagem recente à "tradição taurina").

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