terça-feira, setembro 12, 2006

Prognósticos só lá para o final do ano

Um dos maiores "avançados mentais" da nossa praça, um daqueles homens de reputação excelsa e saber sublime, homem para todas as estações, sempre capaz de prever tempo húmido quando chove e tempo quente quando estão 40º à sombra, assim como ousado o suficiente para revelar que por vezes se desce para baixo e outras se sobe para cima, pessoa cuja opinião - exactamente por estas características de presciência quasi-divina - é por todómundo respeitada, sendo o mundo definido pela área de 1metro quadrado em seu redor, Vitor Constâncio, escrevia eu, foi hoje de novo oracular na forma desassombrada como colocou a questão do crescimento da economia portuguesa: ou seja, se os dados nos próximos meses o confirmarem, ela cresceu, a menos que se passe o contrário e então é preciso ter prudência na análise.
Relembremos que estamos a 12 de Setembro, muito longe do final do ano e que, neste momento, o Banco de Portugal ainda não está em condições de proceder à sua enésima revisão das previsões feitas no início do ano, quando previu que a economia portuguesa cresceria a um ritmo correspondente ao número sorteado pela senhora da limpeza do condomínio onde Constâncio vive, senhora essa que já entreviu a lombada de 2 livros de economia que estão no escritório do Doutor e que por isso é quase uma economista diplomada, pelo menos tão capaz de uma previsão acertada quanto o próprio governador do banco central nacional, instituição muito reputada, em especial pela manutenção de um plano generoso de aposentações para os seus governadores, vice-governadores e armandos varas em particular e em geral.
Mas entretanto perdi-me, pois no fundo, o que Vitor Constâncio afirmou, com ar sério e compenetrado, é que se a economia continuar a crescer, ele confirmará esse facto na sua próxima previsão de Dezembro para o ano de 2006, ou vice-versa, caso não se verifique uma terceira hipótese, assim a modos que nem de crescimento nem de retracção, mais de estagnação ou estabilidade, conforme a perspectiva que tomemos.
Ou não.
Ou talvez.
A menos que.

AV1

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