quinta-feira, setembro 14, 2006

Vocabulário Actual da Gestão Autárquica Moiteira - Letra L

Lengalenga - é o tipo de discurso oficial sobre o tudo e o nada da gestão moiteira. Há quem confunda isso com ortodoxia, rigidez de ideias e todas essas coisas. Eu acho apenas que é perfeita falta de imaginação e, quando não, não passa de hipocrisia. Se repararem, os autarcas estão "sempre ao lado das populações" nas suas "lutas". O facto de nas últimas décadas não me lembrar que alguma dessas "lutas" tenha tido sucesso, não importa nada. Para além disso, os autarcas moteiros têm "obra feita", o que não contesto, apenas sublinhando que algumas dessas obras mais valeria não terem sido feitas ou, no mínimo, serem de utilidade ou aspecto duvidoso. Não vou falar no dique da Moita outra vez, é claro, porque tanto desperdício de dinheiro é por demais evidente. O mesmo para o "reperfilamento". Depois há o discurso contestatário dos autarcas moiteiros e amoitados que, em matérias locais, são muiiiiiito formais com os protestos e as manifestações populares: ele há que respeitar os Paços do concelho, as minutas dos requerimentos e os bons modos com que os munícipes se dirigem aos seus eleitos. Já em outras matérias isso não se passa, por exemplo quanto a quem da Oposição levante cabelo, ou contra o poder Central, em especial quando não estão cara a cara com eles. Para consumo interno, os autarcas moiteiros e amoitados são do mais corajoso que há, é bravata sem fim, por eles o mundo era perfeito, não havia nada de mau e os cidadãos eram recobertos a ouro e diamantes, só comiam filet-mignon e bebiam champanhota da legítima. Mas quando são chamados aos gabinetes do dito Poder, do outro lado rio, amocham, sorriem muito para a fotografia e aceitam tudo o que lhes dizem, conforme sucessivas declarações de vereadores e presidentes comprovam em momentos cruciais. Passados uns dias, e permanecendo evidentes certos problemas, lá aparece outra vez o discurso contra o Poder Central. São daqueles tipos que chamam cobardes aos outros, mas que só são muito corajosos no seu quintal a gritar impropérios para quem passa na rua, mas que depois fogem logo para dentro de casa se aparece alguém perto do muro. Mas se lhes fazem algo parecido, chamam logo cobardes aos outros. Gente coerente, como sempre. Mas isso já tudo nós sabemos, pelo que também este post não passa de uma lenga-lenga, reflexo óbvio daquilo que pretende descrever.

Alvarinho Escrófula

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