terça-feira, janeiro 16, 2007

O problema são os homens e as mulheres!






Há quem goste de - para tentar anatemizar o AVP aos olhos de alguns - acusar-nos de sermos anti-PC e usarmos tudo e alguma coisa para desacreditar esta força política.
Errado, nada mais errado.
Nem sequer estou muito virado para linkar o post em que declarei votar na CDU nas legislativas, pela primeira vez na vida.
Foi um voto instrumental, destinado a impedir uma maioria PSocratiana porque já sabia o que aí vinha, e provavelmente irrepetível, mas a verdade é que não se vota numa força partidária que se detesta.
Aquilo que detestamos aqui no AVP, e eu assumo-o, é a prática moiteira e amoitada do exercício do poder local que, por mero acaso, está associada a uma força política e é corporizada por pessoas que têm o cartão de militantes do PC. E que eu acho que o têm em diversos casos por meras razões instrumentais e de carreira, pois duvido que acreditem ou percebam mais do assunto que qualquer de nós aqui no AVP.
Aliás, embora não defendendo nenhuma ortodoxia, acho pessoalmente que se algum deles fosse mesmo comunista não teria aberto o espaço do concelho aos desmandos que por aqui andam.
Não me interessa se algures é igual ou mesmo pior.
Interessa-me que esta malta não tem desculpa.
O medo de perderem o seguro de vida - tirando, é claro, os já comodamente aposentados - faz com que exerçam o poder de forma irracional e permeável a tudo o que lhes cheire que os ajudará a manterem-se por lá.
E os mais novos, com medo de não terem o futuro que os outros tiveram, alinham no mesmo arraial ou armam-se em desconhecedores de tudo.
Pelo menos já pararam de mandar as pessoas para os Tribunais, porque já perceberam que não há Encarnação humana ou divina que os safe se as coisas correrem mal.

Mas tudo isto para dar exemplos de boas práticas em concelhos vizinhos, com pessoas da mesma força partidária.
Sei disso porque, de forma quase invisível, me dei ao trabalho de aparecer aqui ou ali, para ver como é.
No Barreiro, depois de 20 anos de autismo e um susto em 2001, converteram-se devagarinho a métodos mais participativos.
Em Palmela, apesar de muitos defeitos no percurso, essas práticas já estão mais enraízadas e não são totalmente cosméticas.
Por isso, o problema não é (só) a cor dos que mandam.
É a sua formação pessoal e política
, ou seja, o seu carácter enquanto teóricos servidores do bem público e não de interesses particulares, próprios ou alheios.

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