No cumprimento do primeiro ponto da agenda política de curto prazo que ontem divulgámos, a entrevista de hoje do vereador Joaquim Raminhos constitui a terceira crítica demolidora à forma como o actual executivo camarário, e os que o antecederam na última década, andaram a preparar o processo de revisão do PDM.
Há muito tempo que partilho algumas das concepções do JR sobre vários aspectos do concelho, mesmo se discordamos claramente em termos de estratégia de intervenção cívica. Ele é um homem de consensos e preocupado em não ferir muito as susceptibilidades. Eu não sou notoriamente assim.
Acho que ele ainda acredita na regeneração do "sistema", eu já nem por isso.
Quanto ao essencial, o Raminhos junta-se ao coro de protestos que isola o poder moiteiro no seu autismo.
Não interessam só as maiorias nas urnas com quarentas por centos dos votos expressos.
Interessa saber mobilizar os agentes políticos para projectos que devem agregar todas as vontades e recursos humanos disponíveis e interessados no desenvolvimento do concelho.
Ao contrário, o poder moiteiro enquistou-se e ao longo de décadas estendeu os seus tentáculos na tentativa de asfixiar as vozes críticas ou, na impossibilidade, retirando-lhes todo a capacidade de intervenção activa nos destinos da autarquia.
O poder moiteiro passou a confundir o exercício do poder com a posse desse mesmo poder, sem qualquer tipo de "abertura" às vozes da oposição que apelida de fascistas (do PS para a direita) ou de traidores (tudo à sua esquerda).
Obviamente, isso está errado.
PSD, PS, BE e grande número de munícipes não se revêem num modelo de desenvolvimento terceiro-mundista e suburbanizador.
Não interessa se não foram a maioria nas eleições.
São em número bastante significativo e a Democracia não passa pelo abafamento das visões alternativas e pelo desrespeito pelas minorias.
Mas quem pensa que o Poder é monopólio apenas de um grupo e dos que com ele concordam é claro que não entende as coisas assim.
E quase todos perdemos, para que alguns satisfaçam a sua vaidade, outros mantenham o seu empregozinho dependente da fidelidade e uns poucos se governem à grande.
Infelizmente para o bem do destino que devia ser comum.
Mas claro que não é.
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