«Se os eleitores vierem a abster-se, ou a votar errado, não se queixem do país e do regime. Queixem-se de si próprios...» Mário Soares, Expresso de 22/Jan/05, p.12.
Este é daqueles raciocínios que vistos “de dentro” parecem óbvios, lúcidos e perfeitos. No entanto, visto “de fora” não é assim tão linear e a própria prática nem sempre lhe dá razão.
Só para dar um exemplo, foi este tipo de argumento que a esquerda americana usou para tentar derrotar Bush. A ideia era combater a indiferença e mobilizar o eleitorado contra uma situação que se achava ser evidentemente errada. Michael Moore, entre activistas menos conhecidos por cá e muitas estrelas do espectáculo apelaram ao voto para levar Kerry e os Democratas à Presidência.
O resultado foi ambíguo: realmente votaram muito mais americanos mas quem venceu foi Bush.
Qual o equívoco ?
Erro de apreciação do eleitorado indiferente e, devido à radicalidade do discurso, mobilização do eleitorado adversário.
Cá, basta relembrar os desastrosos apelos de João Soares no final da candidatura à Câmara de Lisboa, perdida para Santana Lopes.
Talvez fosse mais inteligente optar por um carácter morno da campanha, apostando na desmobilização do eleitorado PSD, previamente crente numa derrota estrondosa. Com histerismos e frentismos bacocos só conseguem que o Santana renasça das cinzas e acene com o papão da Esquerda no Poder.
Por isso, e quando a idade já pesa e predomina um certo sentimento de culpa ou arrependimento por desvios ideológicos do passado que levaram, por exemplo, às maiorias de Sá Carneiro e Cavaco, seria melhor pensar de forma menos superficial e paternalista ou então não se andar a aconselhar com o Bloco de Esquerda.
Ter idade e estatuto de “senador” não faz de nós necessariamente mais argutos.
Este é daqueles raciocínios que vistos “de dentro” parecem óbvios, lúcidos e perfeitos. No entanto, visto “de fora” não é assim tão linear e a própria prática nem sempre lhe dá razão.
Só para dar um exemplo, foi este tipo de argumento que a esquerda americana usou para tentar derrotar Bush. A ideia era combater a indiferença e mobilizar o eleitorado contra uma situação que se achava ser evidentemente errada. Michael Moore, entre activistas menos conhecidos por cá e muitas estrelas do espectáculo apelaram ao voto para levar Kerry e os Democratas à Presidência.
O resultado foi ambíguo: realmente votaram muito mais americanos mas quem venceu foi Bush.
Qual o equívoco ?
Erro de apreciação do eleitorado indiferente e, devido à radicalidade do discurso, mobilização do eleitorado adversário.
Cá, basta relembrar os desastrosos apelos de João Soares no final da candidatura à Câmara de Lisboa, perdida para Santana Lopes.
Talvez fosse mais inteligente optar por um carácter morno da campanha, apostando na desmobilização do eleitorado PSD, previamente crente numa derrota estrondosa. Com histerismos e frentismos bacocos só conseguem que o Santana renasça das cinzas e acene com o papão da Esquerda no Poder.
Por isso, e quando a idade já pesa e predomina um certo sentimento de culpa ou arrependimento por desvios ideológicos do passado que levaram, por exemplo, às maiorias de Sá Carneiro e Cavaco, seria melhor pensar de forma menos superficial e paternalista ou então não se andar a aconselhar com o Bloco de Esquerda.
Ter idade e estatuto de “senador” não faz de nós necessariamente mais argutos.
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