Se repararam nas últimas declarações dos partidos dos irmãos Portas (situados nas extremidades do espectro político) em relação a um eventual governo PS sem maioria absoluta, as similaridades não são coincidência.
Ambos afirmam que, em situações de interesse nacional, viabilizarão medidas do governo socialista; o BE com a cobertura de um período de “experiência” governativa socialista para ver o que fazem; o CDS com o pretexto de não ser possível deixar matérias como a política europeia ou a Defesa à mercê dos votos da esquerda mais canhota.
São argumentos e justificações que só enganam os mais distraídos.
Na prática, o que eles querem é acercarem-se do novo poder que se adivinha e, em troca de uns carinhos, receberem umas contrapartidas por debaixo da mesa do orçamento, aproveitando para lixar, respectivamente, o PCP e o PSD, seus adversários naturais na sua área política.
Aliás, se distribuirmos as principais forças políticas numa progressão numérica da esquerda para a direita (ou vice-versa), BE, PS e CDS ficam com os números ímpares, enquanto os PCP e o PSD ficam com os números pares, entalados entre os outros, como se numa tenaz.
E eu, como sempre fui seduzido pela simplicidade da geometria e da matemática, gosto de pensar que nas suas regras se encontra parte da verdade que regula o mundo (já lá o Pitágoras dizia que toda a verdade se encontrava nos números e nas suas relações). Por isso, me quer parecer que todos querem uma maioria relativa do PS (tirando o próprio), mas que uns já se estão a preparar melhor do que outros para se aproveitarem da coisa.
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