«Em conclusão, esta reforma, assim como todas as grandes e capitais reformas, que fazem as bases do verdadeiro progresso numa civilização, são incompatíveis com o sistema geral existente na ordem política e na ordem social do país. O parlamentarismo, o votismo, o empenhismo, dissolvem tudo.
(...) De sorte que, ao cabo de um longo debate, as coisas ficarão para todo o efeito prático no mesmo estado em que se achavam dantes.
E assim continuará a ser indefinidamente, de legislatura em legislatura, até quando Deus quiser!»
Ramalho Ortigão, Farpas Escolhidas (Ulisseia, 1991, p. 316)
O texto acima conclui uma farpa escrita há mais de 120 anos mas, por este andar, aplica-se como uma luva ao confronto de ideias e de "choques" com que Santana e Sócrates nos vão brindar nas próximas quatro semanas.
Mas, sejamos claros, eles não são nada parecidos, ao contrário do que nos querem fazer crer.
Um fala, sem pensar primeiro como deve ser.
O outro só fala depois de muito pensar no que convém.
Os dois asneiram, mas isso é o único traço que verdadeiramente os une.
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