O século XX teve, como é habitual, 100 anos.
Em 2000 estávamos, em termos relativos, mais ou menos na mesma situação de desenvolvimento socio-económico, no contexto europeu. À frente de uns quantos países do centro-leste da Europa, atrás da generalidade da Europa Atlântica e do Norte e mais ou menos a par, com um certo atraso, em relação ao resto da Europa do Sul.
De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2000 do PNUD, estávamos em 28º lugar em termos de Índice de Desenvolvimento Humano, atrás da Itália (19º) Espanha (21º), Chipre (22º), Grécia (25º) e Malta (27º).
Dos 100 anos do século XX, 10 foram passados com uma Monarquia decadente, 16 com uma República instável, 48 com uma ditadura militar (7 anos) e civil (41 anos), 1 com o PREC e 25 com uma democracia de tipo ocidental.
Mas quando se confronta a classe política portuguesa com responsabilidades governativas nas últimas décadas, é invariável desculparem a continuidade do nosso atraso pelos padrões europeus com as perturbações revolucionárias do pós-25 de Abril.
Significa isto que aquele anito de PREC é que é responsável por tudo e nos restantes 99 anos tudo foram maravilhas. As nacionalizações e asneiras afins é que parecem culpadas de tudo.
Portanto: com 40 anos de condicionamento industrial do Estado Novo não há problemas, mas com uma dúzia de meses de tentativa de colectivização falhada dos campos e de nacionalização de menos e meia dúzia de grupos económicos temos uma situação inultrapassável.
Com 20 anos de milionários subsídios europeus esbanjados não há problema, mas com um ano em que, para mais com os efeitos da crise petrolífera de meados de 70, se deram mais uns dinheiritos aos operários, é que estamos lixados.
Também é preciso ter pouca vergonha na cara e muita lata porque, das duas uma:
Ou a malta do PC e amigos são tão bons que num ano conseguem fazer algo que quem vem a seguir não consegue desfazer em 30 anos ou então são os que os seguiram que são demasiado incompetentes para conseguirem em três décadas ultrapassar o percalço de 74-75.
Desculpem-nos lá este desvio de esquerda revolucionária, mas nós depois explicamos a causa.
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