quinta-feira, março 10, 2005

Novas e velhas prioridades

Agora que esta fase mais conturbada da vida política nacional está quase encerrada, vamos reorientar, de novo, o nosso blog prioritariamente para questões de oredem interna ao concelho da Moita e em particular a Alhos Vedros, atendendo á proximidade das eleições autárquicas.
Não significa que deixemos de ter “sabores nacionais” como afirmamos no frontispício, nem que abandonemos secções que se tornaram uma presença regular, mas iremos dar prioridade ao debate de ideias sobre a realidade local.
Firmes adversários da Situação e da forma como o poder tem sido exercido a partir da CMM, e que achamos responsável pelo subdesenvolvimento notório do concelho e pela decadência e degradação do que mantinha Alhos Vedros com uma identidade própria, também não nos identificamos com uma Oposição local, demasiado vaga e com um discurso pouco dado a propostas concretas e mais agradado com digressões pseudo-cosmopolitas sobre os efeitos da evolução nacional na realidade local.
Infelizmente as perspectivas não são boas, pois a Situação que temos toma, em nossa opinião, opções repetidamente erradas ou desfasadas do que achamos as prioridades correctas para desenvolver o concelho, mas a Oposição também não parece muito fértil em ideias inovadoras ou capazes de entusiasmar alguém só um poucochinho mais exigente.
Apesar de algumas vozes desagradadas com a nossa forma de exercer a crítica, porventura com origem em espíritos muito politicamente correctos e que só se sentem bem com “punhos de renda”, continuaremos a fazer esse exercício com a mesma liberdade que têm todos os que de nós discordam. O facto de escrevermos sob pseudónimo, longe de ser uma falta de coragem em assumir as nossas posições, é uma recusa do cenário de vaidades mal disfarçadas em que se move a maior parte dos actores políticos locais, mais interessados numa coreografia esvaziada de conteúdo e em aparecer no retrato, do que em assumir posições claras e definidas nos principais aspectos que são decisivos para o progresso sustentado do concelho e para a recuperação do seu atraso.
Na medida das nossas óbvias limitações (e há quem ache que já opinamos sobre demasiadas coisas), daremos o nosso contributo no sentido de desmascarar os discursos redondinhos que é habitual termos em tempo de eleições, pois não há forma fácil de limitar a nossa liberdade de opinião. Como não temos grandes custos, não há forma de nos estrangular economicamente. Como não nos conhecem, não nos podem ameaçar de forma directa.
Lamentamos, mas é assim mesmo.
Aguentem-se, que nós também os aguentamos.

Sem comentários: