sábado, março 05, 2005

O Alfarrábio XV



Revista da Mocidade Portuguesa Feminina, nº 61, Maio de 1944.

A razão pela qual trazemos aqui esta revista não é a óbvia (a aparição de N. S. Fátima aos pastorinhos), mas um texto que faria as delícias do pároco Nuno Serras Pereira e do economista César das Neves, entre outros católicos liberais. Ora leiamos:

«Uma rapariga séria é aquela que se não preocupa apenas com frivolidades. Isto é, com coisas inúteis e vãs. Interessa-se por alguma coisa mais do que as modas, os cuidados com a beleza e os acontecimentos mundanos.
Uma rapariga séria gosta de ser instruída. Por isso, mesmo depois de deixar de frequentar as aulas, continua ainda a ler livros que possam aumentar a sua cultura.
(...)
Uma rapariga séria não despreza a sua cultura artística, pelo contrário, esforça-se por afinar a sua sensibilidade para o belo.
O desenvolvimento intelectual e artístico não valoriza apenas a personalidade, influi até sôbre os sentimentos morais.
Existem afinidades entre a beleza e o bem. Amar a beleza aproxima de Deus, e Deus é o Bem infinito.» (p. 3)

Já percebi a minha distância relativamente a Deus. É que não sou assim tão belo quanto isso. Está explicado.

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