Chico-Espertismo de Estado

Joe Berardo enriqueceu, não interessa agora os specifics.
Ainda nos anos 80 alimbrou-se de fazer uma Fundação para ver se coiso e tal, em termos fiscais, colocava uns dinheirinhos ao fresco.
E foi comprando arte.
E ao longo de uma década arranjou um museu e poliu as arestas para parecer mecenas desinteressado.
Depois mais uns anitos a retocar melhor a imagem, com uma boina a dar um toque de irreverência, umas entrevistas a convite na imprensa onde espraiou algumas irrelevâncias, e lá avançou para dar o "bote".
Ou me compram a colecção ou vou vendê-la ao desbarato para a estranja.
Ai, Jesus ! Ai, Jesus, que desgraça, comprem lá quilo ao homem.
Mas calma lá! Eu quero vender mas continuar a mandar na coisa!!
Hmmm???? pergunta-se o vulgo aparvalhado, E o Estado vai nisso?
Claro que vai!
Primeiro-Ministro "modernaço" e deslumbrado; ministra da Cultura de susto e com pouca bagagem, foi fácil de mais para quem se habituou a bluffs bem maiores.
Resultado: vende, recebe o dinheirinho que esteve a pousar durante uam década - há quem invista em terrenos à espera de PDM's - tudo limpinho e lavado como novo e ainda nomeia um Director para a coisa, sem que a tal ministra tenha sequer uma vírgula a dizer e sem que saiba sequer que é o senhor.
Apanha-a a TSF e pergunta-lhe então e tal, como é o homem. E a coitada lá responde que não sabe, não conhece, pois, deve ser bom vem de La Vilette, é francês, só pode ser.
E a figura de espantalho cai-lhe a matar.
Esperto, inteligente mesmo, Berardo faz o seu papel. Dá-se a fotografar para isto e aquilo, polvilha a imprensa de notícias louvaminheiras.
E o Estado que aguente, eunuco oportuno, que engole e não bufa, paga e não manda em nada.
E depois os pobres que subsidiem a crise... e o défice também.

AV1