Leio com algum detalhe a peça impressa em O Rio sobre a recusa da CMM em assegurar as actividades extracurriculares nas escolas primárias do concelho e fico pasmo com o desplante da argumentação.
Com que então é em nome de "valores e princípios" que não querem a coisa?
O director do jornal, o senhor engenheiro Brito Apolónia, em editorial que segue demasiado os passos da argumentação autárquica, ousa levantar algumas tímidas dúvidas sobre a eficácia da decisão e sobre o seu (des)enquadramento das posições da ANMP, mas fala em possível "pedrada no charco".
O QUÊ???
A pedrada é outra e tanto mais vergonhosa quanto vários elementos do executivo parece que deram aulas e até ostentam a designação de ex-professores.
"Princípios e valores"?
As Escolas e Agrupamentos que se amanhem?
Andam a gozar, não?
Porque o programa pode não chegar a todas as crianças, opta-se por não assegurar nada a nenhuma?
Isto é apenas a continuação do grau menos zero do raciocínio mais bronco que se possa imaginar, mas continua a lógica de uma história que me contaram e que já se passou há pelo menos uma boa meia dúzia de anos, quando ainda não existia sequer a Piscina de Alhos vedros.
Alguém ligado a uma escola do concelho arranjou maneira de levar a miudagem de uma zona muito carenciada até uma piscina de um concelho limítrofe, da mesma cor e tudo, conseguindo qu esse conjunto de miúdos frequentassem a infraestrutura sem quaisquer custos, desde que a CMM desse o transporte até lá.
Com entusiasmo, a pessoa em causa apresentou a proposta à DASC ou algo parecido da altura pensando que estava a coisa assegurada.
Qual o desengano.
O vereador "cultural" da época - pois, claro que é esse que estão a pensar - recusou a proposta porque achava que o apoio ao projecto ia ser uma discriminação em relação a todos os outros alunos do concelho que não iriam beneficiar de tal "privilégio".
Portanto, já que não se podia dar a todos, não se dava a nenhum.
Isto é estúpiodo, muito estúpido.
E cerca de três dezenas de crianças ficaram sem uma possibilidade única de aceder a algo que nunca vieram a ter, em nome de um igualitarismo por baixo, de uma mediocridade que ainda hoje irrita quem esteve directamente envolvido no processo e que, claro, nunca mais se meteu em tais andanças e contactos.
Mas é esta a lógica que por aqui impera: mais vale todos sem nada, do que alguns terem alguma coisa.
Bom, isso é no caso da Educação.
Porque há outras áreas onde apenas alguns comem tudo.
E já agora, por onde anda a Carta Educativa do concelho, cuja execução para todo o país foi acordada entre a ANMP e um anterior Governo?
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3 comentários:
Eu cá para mim tu estás a desconversar.
Mas "prontos" é só uma opinião.
;)
Hoje tenho a noite livres (de trabalho entenda-se porque não sou autarca) e vou apanhar uma piela lá prós lados da Dinis Ataide, aparece está bem? Até logo...
Aproveita e conta-me "estórias".
:D
Foram professores, sim, mas de qu~e e com que interesse? Foi estenderem-lhes a mão e fugiram logo para os "tachinhos".
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