Talvez por causa da falta de paciência para a moiteirada vaidosa e sempre pronta para andar a marrar com(o) os bovinos, desde cedo que me inclinei mais para o Barreiro como espaço próximo para frequentar na adolescência, até por questões de ligação familiar.
Por isso, o velho Barreiro, ainda operário, da transição dos anos 70 para os 80 com o seu manto espesso de gases capazes de curar qualquer tipo de doença respiratória pelo efeito da simples dissolução dos alvéolos pulmonares, sempre teve um espaço na minha geografia afectiva muito maior do que outras terras próximas.
Também por isso a sua contínua degradação e marasmo durante os últimos 20 anos, com a incapacidade de superar o fim da Quimigal e encontrar outro rumo para a cidade que não fosse a crescente dormitorização e dependência de Lisboa me foi entristecendo.
É certo que o Barreiro tem uma tradição cultural forte, que por lá o debate político é, apesar de tudo, bem mais aberto do que pelas nossas bandas, mas também não é menos verdade que enquanto espaço urbano o Barreiro se foi descaracterizando quando quis crescer e se deixou aprodrecer em muito do que era urgente preservar.
Não é surpresa, pois, que numa avaliação feita pelo Expresso a 50 cidades portuguesas (será que há assim tantas mesmo?), o Barreiro surja em 39º lugar, muito para baixo na tabela, atrás de outras cidades deste lado de cá do Tejo como Setúbal (apesar de tudo um 19º lugar, mesmo com o crescimento desmesurado dos problemas existentes), Almada (34º lugar) e o Seixal (37º lugar, mas é cidade??).
Não deixa de ser curioso que as duas melhores classificações obtidas seuram nos critérios "acessibilidades" e "comércio" e as duas piores nos de "alojamento turistico" (por demais natural e óbvio) e "qualidade dos espaços públicos" (refelxo natural de uma gestão autáquica sem rumo há 20 ou mais anos).
Há um motivo de "satisfação": os 830 pontos obtidos pelo Barreiro (Lisboa atinge 1305, Guimarães 1275 e Évora 1230) está bem acima dos 770 da Amadora que está em 40º e último lugar da tabela apresentada.
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2 comentários:
Claro que, o acontecido é culpa dos sucessivos Governos PS/PSD e CDS, CDS não que nunca esteve no governo, e dos 4 anos que o PS esteve na Autarquia porque, a camaradagem do 007/James Bond sempre fez o melhor e tal e "coito".
E a Môta? Onde está a Moita ou nem tivemos direito a nada?
Ou é porque é só Vila :(
Que o Seixal é cidade deve ser com o Benfica lá ao lado que lhe deu grandeza.
Até mais.
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