quarta-feira, janeiro 03, 2007

Viver bem à beira-Tejo

Eu até acredito que sim, em alguns sítios, nomeadamente onde há parques ribeirinhos que não ficam entalados entre estradas e ferrovias, com todo o granel de barulho e gases interessantes; para não falar em esterqueiras a céu aberto logo mais adiante.
Até acredito que aquelas casinhas tão girinhas que vão nascer dependuradas no Tejo, assim de esguelha para a velha Fonte da Prata, desde que não olhem para trás e não se assustem pensem que estão num resort ribeirinho.
Até acredito que a malta da Moita, se ignorar o completo descalabro das obras na Marginal - e como nós avisámos aqui que aquilo ia dar bosta, mas claro que nos acusaram de alarmistas e que nós não éramos engenheiros e que não percebíamos de nada do que estávamos a escrever - e o BURACO que ainda lá está bem à vista de todos à laia de monumento à incompetência , em díptico com o famigerado dique, se ignorar tudo isso, escrevia eu, até pode pensar que um dia vai existir um espelho de água por aquelas bandas.
Mas todos bem sabemos que nada disso é verdade.
A verdade é que isto é terra queimada um pouco por todo o lado.
São raras as zonas do concelho onde existe um verdadeiro cuidado em envolver as zonas residenciais com infraestruturas urbanas de qualidade para o lazer dos munícipes.
E o que aí pode vir ainda é pior.
Mas a culpa é sempre dos outros.
Aqui é tudo culpa dos outros.
Mas o PDM não foi feito pelos outros, portanto deve ser bom e providenciar bem-estar aos munícipes para o futuro próximo.
Certo?
Errado!!!
Mas o problema é que, mesmo que encalhe, há muito facto que se vai querer consumado.
Vai querer dar-se por adquirido muito direito.
Muita coisinha gira e jeitosa.
Até já há quems e tenha calado com a sugestão do recurso aos Tribunais.
Porque já perceberam que a coisa pode ter um explosivo efeito boomerang.
Mas quem se incomoda com isso?
O aparelhismo moiteiro e amoitado claro que não.
Esse concentra-se no alargamento dos quadros autárquicos para alimentar as clientelas e quem anda pela trela a tentar morder o calcanhar de quem levanta a voz.
E concentra-se em ataques tresloucados sobre os fantasmas que lhes povoam o imaginário.
A contestação e a crítica só são válidas se aplicadas aos outros.
Ao malandro do Poder Central.
Porque há maiorias e maiorias, alianças e alianças.
Há as virtuosas e as outras.
Mas nós cá ficamos à espera para ver o dislate de certos vultos daqui a um par de anos.
É que a coisa parecendo que não, está quase ao virar da esquina..
E depois queremos ver aqueles que apoiam manfestações e a irreverência contra os poderes instituídos se forem em Lisboa mas que na Moita só as aceitam com punhos de renda e requerimentos na mão, com hora marcado, ó faxavor.
O que cá se faz, nem sempre cá se paga, mas às vezes shit happens...

A foto é minha e foi tirada em casa clandestina de um amigo de uma amiga que é amigo do AVP.

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