domingo, janeiro 02, 2005

A História vista da Moita

Pelo Exmo. Senhor Doutor Rabinho e Bostinhas

Meus amigos e minhas amigas, aficionados e aficionadas, amantes da Moita e dos toiros, em particular e no geral, em nome da Verdade, exigi que fosse dado à Moita neste blog o espaço que, mais do que merecido, lhe é devido pela sua importância, proeminência e prestígio que desfruta na região, em particular, e em todo o mundo taurino, em geral.
Querem fazer crer alguns energúmenos de Alhos Vedros, essa terreola sem pergaminhos, que a Moita já pertenceu outrora ao seu termo e que só recentemente terá ganho o seu estatuto municipal. Escrevem ainda, esses apóstatas, que a Moita se agarrou às suas excelsas tradições taurinas por falta de uma identidade própria e que as usam como estratégia para abafar as verdadeiras raízes locais.
NADA DE MAIS ERRADO COMO IREI DEMONSTRAR.
A MOITA É ANCESTRAL.
A MOITA É O CENTRO DO MUNDO E ARREDORES.
E nada como fazer uma introdução rápida, como qualquer historiador faria, à cronologia para fundamentar as minhas posições. A cronologia é uma ferramenta essencial da História e só a conhecendo é possível compreender os factos que se sucederam no passado.
A História divide-se, por convenção, em Pré-História (longo período anterior à escrita), Idade Antiga ou Clássica (quando se desenvolveram os primórdios civilizacionais da cultura humana), Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea (a que agora vivemos, de plenitude do domínio do Homem sobre o planeta).
Passemos a explicar:
A Pré-História foi um longo período em que os homens viviam ainda maioritariamente como nómadas, não conhecendo a escrita nem o fogo, divertindo-se na pega dos touros em liberdade. Estendeu-se desde tempos imemoriais até ao ano de 1691 d.C., quando a escrita foi inventada no reinado de D. Pedro II na forma de uma carta de elevação da Moita a vila. A partir desse momento, a História teve o seu início, as comunidades humanas tornaram-se sedentárias, foram descobertos o fogo, a roda e as emboladeiras para colocar nos cornos dos touros e as pegas de cernelha. Até esta data não existem quaisquer documentos escritos na região, o que se prova pela evidência de a CMM não ter até hoje encontrado qualquer testemunho que se possa considerar verídico e digno de qualquer estudo ou publicação.
A Idade Antiga durou até 1855, quando o termo da vila da Moita foi incorporado no do Barreiro. É um período de esplendor em que a Moita cresceu, multiplicou-se e iniciou o seu período de domínio. As grandes construções monumentais históricas que a caracterizam começaram, assim como a festividade dedicada a N. S. da Boa Viagem, a primeira do género em toda a região, que até ao momento desconhecia como venerar os seus santos.
A Idade Média, período intermédio de trevas, prolongou-se de 1855 a 1898, quando por influência dos bárbaros que dominavam Lisboa, o concelho da Moita foi algumas vezes extinto, ora passando para os domínios do Barreiro ora de Aldeia Galega. A única luz neste intervalo de tempo foi a criação em 1872 da primeira Praça de Touros na vila.
A Idade Moderna, estendeu-se de 1898, quando o concelho da Moita foi restaurado em definitivo, até 1950, data da criação da Praça de Touros, agora conhecida como Daniel do Nascimento. Fruto da pressão das movimentações populares, esta magnífica edificação, é ainda hoje um testemunho vivo do poder do povo da Moita, essa massa de cidadãos e cidadãs de estirpe indomável que, desde o início dos tempos, sempre lutou pela dignificação da Festa Brava.
A Idade Contemporânea está em decurso desde então, embora alguns sinais visíveis nos primeiros anos deste novo milénio nos indiciem que estará para breve a transição para uma Nova Idade – a Idade do Touro. Esses sinais, foram o aparecimento de um Novo Homem, bem simbolizado pelo nosso actual Presidente, exemplo ímpar de liderança política e amor à afficion, assim como o aparecimento, um pouco por toda a Moita, de rotundas com figuras alegóricas sobre o advento de uma nova era, de que o maior exemplo é a rotunda com uma figura bovina na chamada Estrada dos Espanhóis.
Espero ter, por agora, fornecido as bases cronológicas essenciais para a compreensão da História vista da Moita, a qual irei, em ocasiões posteriores, desenvolver em sucessivos subsídios e apostilhas.

A bem da Moita.

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