Guilherme Ferreira - médico ou mercenário?
Passei a noite de 16 para 17 de Janeiro com febre e dores no corpo. No dia 17 de manhã dirigi-me ao Centro de Saúde dos Olivais para ser atendido pelo médico de urgências que ali se encontra. Nas informações disseram-me que não podia ser atendido porque o meu médico de família daria consultas a partir das 14 horas. Como tal teria de marcar consulta para o médico de família. Disseram-me também que as consultas eram marcadas às 10 horas, mas apenas por telefone. Faltavam alguns minutos para as 10 horas e vi-me assim obrigado a conduzir até casa para fazer uma marcação no posto onde tinha estado!
Às 10 horas iniciei 30 minutos de tentativas de marcação. Ou estava impedido, ou chamava mas ninguém atendia! Às 14 horas dirigi-me ao Centro de Saúde e pedi para que fosse perguntado ao meu médico de família se me podia atender. A senhora do guichet telefonou para o gabinete, mas a resposta do meu médico, o Dr. Prado Amorim, foi a de que já tinha 17 utentes inscritos e não tinha capacidade para atender mais nenhum “utente”. Aconselhava-me a ir às Urgências do Hospital ou ao CATUS (serviço que funciona a partir das 20 horas). Pedi à funcionária para ser então atendido pelo médico das Urgências do Centro de Saúde. O dito senhor (desculpem não o tratar por doutor mas faço-o por respeito aos outros médicos pois um verdadeiro médico terá vergonha de ter um colega assim), que deveria iniciar também as suas consultas às 14 horas, apareceu já depois das 14.30 horas (mas também, quem é que controla esses pormenores…). Respondeu ao meu pedido referindo que deveria dirigir-me às urgências do Hospital, pois ele só atendia pessoas cujos médicos não estivessem no Centro de Saúde!
Estavam mais três pessoas à espera de consulta e todos levaram com uma nega! Uma das senhoras, que se começou a sentir mal à hora de almoço, não foi atendida por este… chamemos-lhe mercenário da saúde… porque o médico da dita senhora tinha dado consultas de manhã. E ele só atendia pessoas cujos médicos não tivessem estado no Centro naquele dia. De nada valeu à senhora argumentar que de manhã não precisava de consulta, nem a mim de que o meu médico estava no Centro mas não me podia atender! O sr. Guilherme Ferreira (o dito mercenário da saúde), sentado no seu gabinete, não atendeu ninguém. Nesse dia, todos os noticiários referiam que as urgências hospitalares estavam sem capacidade de resposta devido aos elevados casos de gripes. Vários médicos dos hospitais vieram para os meios de comunicação social pedir às pessoas que fossem primeiro aos centros de saúde, e só em casos de real urgência se dirigissem aos hospitais (onde o tempo de espera chegava a atingir 15 horas).
Mas no Centro de Saúde dos Olivais, o sr. Guilherme Ferreira, que deve ter seguido a carreira de médico por motivos meramente financeiros, mostrando um total desinteresse por esses apelos feitos por médicos dos hospitais, preferiu ficar sentadinho no seu gabinete, esquecendo-se que o dinheiro que recebe ao fim do mês é pago pelos “utentes” como eu. O dito senhor, que eu nunca cheguei a ver – até porque estes senhores são suficientemente cobardes para não virem explicar as suas razões aos “utentes” - vale-se da impunidade que campeia nos serviços públicos. Porque se estivesse numa clínica privada não teria esse comportamento.Pedi o livro de reclamações, fiz a reclamação, sem grandes expectativas reconheço. Tive de ir a um médico particular. Graças a Deus tenho possibilidades de ir a um médico particular. Infelizmente nem todos têm essas possibilidades. Mas isso deve ser o que menos importa ao sr. Guilherme Ferreira. Um senhor mercenário da saúde, que esqueceu (se alguma vez chegou a aprender) o Juramento de Hipócrates que simboliza a ética deste grupo profissional.
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