quarta-feira, janeiro 19, 2005

A Santa Aliança

Passei há uns dias pelo local da antiga cadeia, quando fazia uma reportagem fotográfica sobre alguns dos últimos exemplares de árvores nativas da vila (aparecerá no AVV lá para o final do mês). As obras avançam a bom ritmo e os restos arqueológicos encontrados foram à vida, sem ninguém que lhes valesse.
Nesta terra vence sempre a aliança entre os interesses privados e os desinteresses públicos, com a conivência da apatia geral.
O aspirante a arqueólogo que se disse presente na altura da derrocada, bateu em retirada, declarando que não percebia bem no que se tinha metido e fazendo declarações ao Jornal da Moita a roçar o risível e o ridículo.
É o que temos por cá: “elites” de quarta categoria, sejam elas económicas, políticas ou culturais.
E quando alguém lhes aponta o dedo, metem os corninhos para dentro e fecham-se na casca.
Só damos pela sua presença, pela ranhoca que deixam no chão ao afastar-se, como quem não quer a coisa.

(Para prevenir reacções mais exaltadas, deixo desde já declarado que também tenho a minha dose de ranhoca, fruto de uma sinusite tardia e com problemas de identidade, ora seca, ora húmida)

Sem comentários: