quinta-feira, janeiro 20, 2005

Telhados de vidro, meus amigos

A pseudo-polémica entre os partidos do Bloco Central quanto às nomeações feitas (ou não) por José Sócrates no ocaso do guterrismo raia a fronteira do indecoroso.
A vários níveis:
- Antes de mais pela incompetência de um tal Miguel de Almeida, candidato do PSD a deputado por Coimbra, que se baralhou nas informações dadas ao Santanita e que este bradou aos Céus num comício. Primeiro era um tal de Filipe (chefe de gabinete de Sócrates) que tinha sido nomeado para Inspector-geral do Ambiente quando os PS já perdera as eleições de 2001; depois, descobre-se que afinal esse tinha sido nomeado pelo laranja podere Isaltino; por fim, o nomeado tinha sido um tal João e tudo não passara de uma troca de nomes do tal Almeida. Lindo. E é desta matéria que são feitos os nossos candidatos a deputados. Nem uma redacção sobre a Primavera devem conseguir escrever, quanto mais um decreto-lei.
- Em seguida, pela hipocrisia da resposta do PS que se apressou a gritar mentira, mentira, certamente sabendo que se aquela nomeação era mentira, outras seriam verdadeiras (e lá que houve boys e girls a serem nomeados à pazada houve).
- Por fim, porque esta prática de nomear amigos, conhecidos e aparentados, à entrada e saída do governo dura desde sempre, sendo mesmo uma das traves-mestras do nosso sistema político-administrativo. Só quando alguém romper com esta praxis (hoje estou quase marxista) é que tem moralidade para abrir a boca porque todos têm os seus podres (leia-se assessores) escondidos no armário. Mas, até lá...

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