Aparentemente, a escolha mais polémica, mesmo se não foi minimamente inesperada, do XVII Governo Constitucional é a de Freitas do Amaral para os Negócios Estrangeiros.
A polémica liga-se ao seu perfil de competências para o cargo ?
Não, pois ele será um dos mais indicado para tal pasta pelo seu próprio currículo.
Então a que se deve a polémica ?
Aparentemente ao facto de ter sido líder do CDS (partido a que já não pertence e que chegou a retirar o seu retrato de uma galeria de líderes durante um Congresso) e de, em artigo na Visão, ter apelado a uma maioria absoluta do PS nestas eleições. Esta escolha terá sido, desta forma, uma recompensa ou "pagamento" por serviços prestados.
OK. Até estou disponível para concordar com tudo isso.
Apenas gostaria de alinhavar um ou dois reparos:
1) Desde quando é que a formação dos governos não assenta, em substancial parte, na recompensa por serviços prestados ao partido vencedor por determinadas figuras, militantes ou independentes ? Só quando se vão buscar pára-quedistas para os cargos é que isso é notoriamente mau (tipo Celeste Cardona, ou Maria do Carmo Seabra, ou Telmo Correia, ou Rui Gomes da Silva, ou tantas outras eoutros do nosso passado recente).
2) Vai haver semelhante alarido porque o novo Ministro das Obras Públicas foi um antigo quadro do Partido Comunista ? Não me parece.
3) Só quando o movimento das dissidências é no sentido esquerda-direita (tipo Medeiros Ferreira e António Barreto do PS para a AD em 1979, Durão Barroso, Zita Seabra e Pacheco Pereira para o PSD ou José Magalhães e Acácio Barreiros para o PS, entre tantos outros) é que é aceitável ?
Pois é. A memória continua curta, ao contrário do ressabiamento.
Não gosto muito do Freitas do Amaral. A figura dele atemoriza-me pelo volume e pela queixada mas acredito que será um bom Ministro dos Negócios Estrangeiros. Alguém tem dúvidas ?
Não ?
Bem me parecia.
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