Em 4 de Agosto de 1995, Paulo Portas dava, via Domingos Amaral, à revista Vidas do Independente a sua entrevista de despedida, no momento em que ingressava na vida política. Fiquemos com uma das principais pérolas do enfant terrible anti-sistema (há mais mas ficam para outra ocasião):
«Eu tenho imensa pena que a esquerda não represente as vítimas, e o PP dirige-se a elas porque elas têm de ter quem as represente. Houve gente que sofreu estupidamente com a Europa, viu as empresas destruídas em nome de uma imposição de velocidade que estava fora do seu alcance. Se há uma definição de política é a representação do sofrimento, tanto como a representação do sonho, e eu acho sinceramente que as pessoas foram infelizmente indiciadas num sonho, o da "democracia de sucesso" e o da Europa como fonte de felicidade colectiva em Portugal, do qual só restam as infra-estruturas. O resto não é bom.»
Uma década depois desta profissões de fé, tivemos os cartazes a apelar ao voto da classe média.
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