No noticiário da noite da SIC foram apresentados os números sobre o desempenho da Banca no ano de 2004.
Apesar da crise, os lucros dos maiores cinco bancos privados subiram cerca de 16%, com o grupo Totta/Santander a subir mais de 19%, o Millenium/BCP a subir cerca de 17% e o BES cerca de 10%.
No mesmo período, estes bancos privados pagaram ao Estado menos 27% de impostos do que no ano anterior e a Caixa Geral de Depósitos viu diminuir os seus lucros em cerca de 30%.
Agora digam lá se não dá jeito recrutar quadros superiores para os grupos bancários em ex-governantes ou contratar "consultores" ligados aos partidos do Centrão. Bisbilhotem lá os quadros de topo dos grupos privados do sector bancário - assim como os referidos "consultores" de ocasião, mais difíceis de detectar - e digam que não temos razão.
Não me venham com a história da fuga dos capitais se a carga fiscal sobre os Bancos aumentar, porque eles operam é no nosso territórios e por certo que não têm nada a perder, quanto muito, menos a ganhar. Neste aspecto, a ideia do Bagão Félix era boa (reduzir os benefícios fiscais dos bancos), não teve foi o apoio devido para ir em frente na sua totalidade.
Por outro lado, os sucessivos obstáculos colocados à CGD, em favor dos privados, lembra os entraves colocados à RTP em matéria de publicidade e afins, só com o intuito de facilitar a viabilização das televisões privadas. Mas o que é engraçado é que, mesmo com este desempenho, quem sair da Administração da Caixa, leva uma indemnização choruda, como o Mira Amaral. A CGD desta maneira tem duas utilidades para os sucessivos Governos: serve para colocar os amigos com bons rendimentos e, ao limitarem-lhe a acção, permitir o aumento da quota de mercado dos bancos privados, onde depois muitos ex-governantes encontram belos portos de abrigo e futuras carreiras como recompensa por serviços prestados não à coisa pública mas à privada.
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