segunda-feira, outubro 31, 2005

... e os Contras

... de ter uma filha de tenra idade é ter de gramar um belo par de horas diários da série de animação que na altura lhe esteja a prender a atenção.
Já foi o Simão (derivado da Rua Sésamo), já foi o clássico Noddy, agora é o simpático Ruca e a sua família, em animação canadiana da Cinar.
Graças a um par de DVD's e a três k7 de 180 minutos gravadas do canal Dois, é um sossego quando chega a hora da comida ou um momento crítico em que é preciso fixá-la no sofá, sem fazer confusão.
A coisa até é razoavelmente suportável durante as primeiras 100 horas de visionamento.
O pior é quando depois o útil gosto se torna mania.
É então que começamos a irritar-nos com aquele mundo perfeito, todo de cores muito vivas e linhas muito claras, começando a embirrar com os detalhes.
Em primeiro lugar, o puto parece sofrer de alopécia, pois já teria mais do que idade para ter um cabelo naquela cabeça.
Em segundo, a vozinha do puto, na dobragem portuguesa, começa a soar-nos de uma forma excessivamente aflautada, para não dizer coisa pior.
Depois, o raio do gato tem cabeça de cão.
Por fim, todos os velhotes que aparecem (do avô ao vizinho idoso, não esquecendo qualquer outro passante ocasional) têm a mesma voz.
Ah...
E é melhor não nos esquecernos da plácida calma do pai do Ruca em todas as circunstâncias, embora as peripécias sejam sempre muito politicamente correctas.
Ou seja, se eu gramo mais uns finais de tarde a ouvir aquilo, corro sérios riscos de tentar cortar as veias com a faca de plástico da miúda.

AV1

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