... é quando somos obrigados a criticar duramente pessoas que até estimamos ou a elogiar quem desconhecemos e menos esperaríamos.
Só que isso são coisas que acontecem, mesmo quando se conhecem as pessoas apenas por nicks ou até pelo seu nome próprio, mas as não conhecemos pessoalmente.
Desde que começámos o AVP, e em especial quando passámos a receber maios correio e ainda mais quando chegaram os comentários, houve pessoas que naturalmente despertaram maior ou menor simpatia, por razões nem sempre facilmente explicáveis.
Do Bloco ao PSD, houve pessoas a que passei a dar mais valor pela forma como me interpelaram de forma mais ou menos crítica, pelo modo como encaixaram ou não certas críticas, pela maneira como defenderam os seus pontos de vista.
Com algumas, e com o corte dos comentários, até se incrementou uma troca de ideias privada, mesmo mantendo a minha identidade apenas como AV1.
Porque, acima das diferenças do momento e de convicções discordantes em maior ou menor escala, pode existir um genuíno interesse no debate de ideias e na troca de opiniões, que as cores partidárias públicas envenenam com o seu aspecto faccioso e desnecessariamente antagónico, não se aceitando sequer discutir certo assunto ou determinado problema, apenas porque foram os "outros" a sugeri-lo.
Como já repetidamente escrevi, o AVP não foi pensado como um veículo de promoção pessoal (é por isso que menos de meia dúzia de pessoas no concelho sabe quem sou, e uma ou duas até só o sabe "por tabela" e não por minha vontade) ou como um concurso destinado a granjear simpatia.
Muito pelo contrário.
A ideia foi exactamente a inversa, foi a de provocar com o intuito de fazer as pessoas pensarem sobre aquilo que poderia nunca lhes ter ocorrido.
Só que...
Só que por cá a mania de colar rótulos é mais forte, porque simplifica o raciocínio sobre o comportamento a tomar e é a estratégia mais simples de condicionamento dos fracos de espírito.
É dos nossos ? E anda a portar-se bem ? Porreiro ! É dos nossos mas pactua com o "inimigo" ? Avisa-se para ver se vai ao lugar.
É dos outros ? Deita-se abaixo ! Não vai a bem, vai a mal. Está a custar a ir ? Lançam-se boatos sobre a credibilidade e os interesses ocultos que os motivam !
Não percebemos de que lado estão ? Não pode ser ! Se não está do nosso lado, está do outro ! Porrada neles na mesma.
O que nunca se pode é admitir que errámos e nos equivocámos.
Isso era sinal de fraqueza, de debilidade na "luta".
No meu caso, não tenho problemas em admitir que encontrei interlocutores, mais ou menos regulares, que inesperadamente se revelaram agradáveis para a troca de ideias, mesmo se não partilhamos as mesmas perspectivas sobre o concelho. Passei a simpatizar com o Nuno Cavaco ou o Luís Nascimento (omito aqui aqueles com quem só houve troca privada de mails), pela forma como reagiram ao que fazemos, mesmo quando lhes era fortemente crítico. Pelo contrário, houve gente que senti que nunca poderia ficar muito tempo na mesma sala comigo a beber um copo de água, sem que eu ou essa pessoa embirrássemos mutuamente. Estou a lembrar-me de um aparente apoiante do Bloco que, mesmo connosco a apoiarmos explicitamente o Raminhos, só aparecia para nos dar nos ossos, com ares de superioridade moral.
Por isso, ainda bem que as não conheço e nada farei para saber quem são, porque se calhar até as conheceria e a desilusão só não seria enorme, porque provavelmente no passado os nossos caminhos já se separaram há muito.
AV1 (em momento introspectivo e chato, mas...)
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