No Expresso deste sábado (revista Única) vem um artigo sobre aquela figura "institucional" que nas campanhas políticas é o(a) mandatário(a) nacional, neste caso das candidaturas presidenciais.
Lá surgem quatro "jovens" - o camarada Jerónimo pelos vistos ainda não arranjou um jovem ou não acha utilidade à pseudo-função, o que até seria sinal de inteligência - que eu nunca percebo se servem para funcionar como elo de identificação com a "juventude" se como figuras exemplares para essa mesma jubentude.
As boas notícias é que se eles são jovens, eu sou quase jovem, pois a diferença de idades chega a ser apenas de 7 anos com o Miguel Guedes dos Blind Zero que se apresenta como mandatário do Francisco Louçã e de 8 com a Joana Amaral Dias, trânsfuga bloquista na campanha do Soares, aumentando para os 10 quanto ao Pacman (Manuel Alegre) e 11 quanto à Kátia (with a k) Guerreiro (Cavaco Silva). No fundo, tirando a Kátinha, eu ainda andava na Primária quando eles nasdceram, pelo que somos quase, quase da mesma geração, mesmo se já nasceram todos em outra década e dois depois do 25 de Abril.
As más notícias é que eu não percebo:
a) O que esta malta tem de jovem, pois pensava que - apesar do lugar-comum de ser jovem quem tem uma alma jovem e outras inanidades do género - demograficamente a juventude seria capaz de acabar aí pelos 25 anos, no máximo.
b) No que é que eles podem funcionar como elo de identificação com a juventude, em especial as duas meninas, uma professora universitária e outra fadista/médica, já que no caso do Pacman e do Miguel Guedes ainda percebo que a onda musical de cada um tenha os seus adeptos e represente um certo apelo. No entanto, basta ver os locais das últimas férias de três dos "jovens" (San Francisco, Veneza, Sharm-el-Sheik), para vermos como eles têm hábitos de lazer e consumo próximos do jovem comum.
c) O que é que esta malta vai fazer na campanha e que influência têm no posicionamento dos candidatos perante matérias como aquelas sobre as quais foram inquiridos pelo jornal ou mesmo nas posições sobre as questões, ditas típicas, da juventude como as possibilidades no mercado educativo e posteriomente no profissional, as questões relacionadas com a sexualidade (contracepção, aborto, planeamento fammiliar), o consumo de substãncias mais ou menos legais, etc, etc.
d) O que liga estes mandatários aos seus mandatados ? Alguém está a ver o Manuel Alegre a abanar o capacete ao som de Da Weasel ? Ou o Louçã num concerto dos Blin Zero, a menos que seja com versões (levezinhas, nostálgicas e acústicas) de Zeca Afonso e Sérgio Godinho ? E o Cavaco, estão a vê-lo numa sessão de fado-chic com um interesse maior do que o meu ? O Soares ainda o vejo, com uma vaga lembrança da motivação, a olhar para as curvas da JAD, mas mesmo assim...
e) Acabada a campanha o que é que estes mandatários, vencedor(a) e vencidos(as), vão fazer em prol (não em termos meramente de prole, entenda-se) dessa mesma juventude que durante um par de meses afirmam representar e querer mobilizar para votarem no seu candidato ?
Neste deve e haver de boas e más notícias, apesar do carácter sedutor de me sentir ainda pouco acima dos padrões aceites actualmente como juventude, acho que pesam mais as perplexidades perante o que é que faz mover estas pessoas e para que serve esta função de mandatário(a), se não apenas para aparecer (agora) e desaparecer (logo depois), esperando colher alguns dividendos pessoais e profissionais do frete e dos 3 meses de exposição mediática.
Mas claro que isto é uma visão cínica das coisas, a única que me ocorre neste particular.
AV1
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