Na altura já todos sabiam que os próximos anos serão de contenção nas despesas públicas e que o peso das dívidas acumuladas e o nível de endividamento irão condicionar muito as possibilidades de investimento.
Só que a necessidade demagógica de prometer é sempre mais forte.
Até imagino como devem ser as reuniões em que se fazem os rascunhos dos programas eleitorais...
Deve ser um brainstorming e tanto.
Claro que agora é hora de bater em retirada, por isso lá surgem os avisos à navegação, com o velho hábito de lançar as culpas para trás das costas.
Vejamos como JL já comçeou a tirar o cavalinho da chuva:
«O Presidente da Câmara Municipal da Moita manifestou a sua preocupação sobre a “redução das transferências do estado” e também pelo facto de o Governo se tornar no árbitro na definição dos Contratos- Programa.Na sua opinião as politicas do actual governo vão contribuir para a “redução de recursos” para resolver os problemas das populações.E, sublinhou, é uma “ingratidão do governo em relação às autarquias”.João Lobo lamentou que no PIDDAC de 2006 se verifique “um corte de investimento no concelho da Moita”.»
Mas depois, para dar um ar de esperança, lá «considerou essencial apostar na coesão social e apontou algumas iniciativas essenciais como a requalificação da Caldeira da Moita, o programa de Alfabetização Informática e a revisão do PDM.»
Como é que a requalificação da Caldeira da Moita pode contribuir para a coesão social não sei e o mesmo se passa com a revisão do PDM, a menos que se ache que nivelar todo o concelho por baixo, como dormitório descaracterizado de segunda ou terceira categoria, seja a sua noção de coesão social.
Algo também incompreensível é a afirmação de João Lobo quanto ao «importante papel dos trabalhadores das autarquias, para os quais o Governo tem uma “política cega” e “insensível” aos seus problemas».
Que se saiba, é às autarquias que cumpre gerir o seu pessoal e se cegueira existe em alguns campos deve ser aquela que permite engordá-lo quando dá jeito contratar assessores(as) "caídos(as) do céu" antes de arranjarem novo poiso (o que com a passagem do Barreiro, Sesimbra e Alcochete para a CDU deve dar uma certa margem de manobra.
Mas enfim... fica sempre bem dizer que a culpa é do Poder Central.
AV1
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