Mesmo a propósito !

Só esta semana me apercebi que na Cidade Universitária estava a decorrer uma Festa/feira do Livro que, logo para azar, acaba amanhã.
Pouco depois das 10 matinais lá estava eu só com a senhora da caixa, a vasculhar as pechinchas que escapavam á pingotagem que caía do tecto da tenda sobre as mesas que funcionavam como expositores de livros - modelo próximo do da CMM - só que com instalações mais precárias, mas (muito) mais livros.
Ora bem, nem de propósito veio ter aos meus olhos este livrinho já com uns anitos, aparentemente esgotado, ali apenas por euro e meio.
O título completo é Como se faz um Presidente - Ensaio sobre Mediatização Política e vem mesmo a calhar.
Uma citação logo da abertura, apenas como aperitivo:

«O candidato cria a sua imagem de marca para entrar no jogo, no grande carrossel eleitoral ou na corrida à presidência. O político acaba por acreditar na imagem que cria ou que foi idealizada para ele pelos seus conselheiros. São largos meses de performance e, se a imagem for frágil, pode oscilar e cair no mínimo detalhe.» (p. 9)

Reportando agora ao debate de ontem, e a este propósito foram visíveis duas coisas: a imagem que Cavaco construiu está longe de ser frágil, pois resistiu a uma hora de entrevista a três mãos (dois entrevistadores oficiais e um provocador de serviço), enquanto a de Mário Soares, provavelmente elaborada pelo batalhão de noviços bloquistas na campanha do patriarca, ficou a meio caminho entre a do pretenso homem de Estado, estabilizador do sistema político, e a de um qualquer político esquerdista e vociferador herdado dos tempos do PREC.

AV1