sexta-feira, dezembro 30, 2005

Novas tecnologias para quê ?

Por vezes penso que é desnecessário andarmos com esta conversa da modernidade tecnológica, das bandas largas, da sociedade da informação, etc, etc, se as pessoas e as suas cabeças continuam a viver ao ritmo do século XIX.
Enquanto as máquinas não funcionarem sozinhas - e isso não é bom, como se sabe através da melhor ficção científica - é preciso que sejam os humanos a fazê-las mexer e por cá a malta mexe-se pouco.
No tempo de vacas gordas, porque estão gordas e há pasto para elas se alimentarem.
No tempo de vacas magras, porque estão magras e não há pasto que justifique o esforço.
Exemplifico.
Como bedófilo inveterado, mas algo sedentário, não me desloquei a nenhum dos salões e festivais de banda desenhada que recentemente se realizaram no nosso país (Amadora, Porto, Moura, Beja).
Mas, e como se anunciaram em parangonas os sites oficiais, decido ir vê-los e, se possível, encomendar obras que tivessem sido publicadas por ocasião dos eventos.
Já há uns meses tive uma infeliz experiência com a Bedeteca. Mandei-lhes um mail a solicitar o envio de publicações ao qual nem me responderam.
Desta vez experimentei com os Salões Internacionais de Moura e do Porto.
De Moura responderam-me com alguma presteza e prontificaram-se a enviar-me duas publicações, o problema é que nunca mais as enviaram. Há 15 dias que me confirmaram o envio, mas até hoje nicles de batatóides. Eu sei que os Correios andam mal, mas mesmo assim duas semanas já era tempo. Claro que podem ter entregue a encomenda na morada errada. Ainda bem que era à cobrança e não paguei à cabeça.
Do Porto, responderam-me - depois de reenviar por duas vezes o mail de contacto - que se iam informar sobre o preço das publicações. Note-se que é das próprias publicações. Não de uma qualquer outra editora. Hácerca de 10 dias que espero que me enviem a informação. Vou, só para chatear, reenviar o mail com o pedido todos os dias até os irritar o suficiente.
Se existe o trabalho de criar um site, um mail de contacto e um serviço de encomendas online para que quem vive longe dos locais possa aceder aos produtos, não seria boa ideia existir quem depois tratasse, no mínimo, de escrever a dizer para eu ir passear e jogar ao pau com os ursos ?
Se eu pedir um livro remoto e esgotado de uma livraria ou alfarrabista inglês, ele chega-me cá na mesma semana.
Aparentemente, qualquer cidade inglesa está mais perto de nós do que Moura (é alentejo, eu sei, mas...) ou qualquer londrino tem mais interesse em responder-nos do que um portuense (eu sei que somos mouros, mas...).
Por isso, mais vale não investirem nas novas tecnologias de informação porque, afinal, nada se resolve mais depressa do que pelo velho método de mandar alguém buscar lá as coisas.
Raio de gente.

AV1

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