sábado, dezembro 31, 2005

O Bom e o Mau

Do alto do nosso pedestal analítico, aqui vamos fazer uma breve lista do que de bom e mau se passou pelo nosso concelho neste ano que agora acaba.
Será inútil acrescentar que esta é uma análise extremamente objectiva, infalível e não passível de qualquer crítica.

Acontecimento positivo do ano: A vinda de Herman José à Festa da Moita e a transmissão que dela foi feita no horário nobre da SIC. Nem nos meus mais ambiciosos sonhos eu esperaria meio mais eficaz de ridicularizar os hábitos e pseudo-tradições moiteiras. A boçalidade de muitos dos protagonistas, o mau-gosto evidente de algumas iniciativas, para não falar do aproveitamento político de que foi objecto pelo poder moiteiro que, a um mês das eleições, conseguiu organizar um Congresso Internacional de qualquer coisa taurina, colando-se com muito pouco pudor ao lobby taurino, ficaram à vista de todos.

Acontecimento negativo do ano: A falta de transparência da situação (já existente antes das eleições locais) de pedido de aposentação do actual Presidente da CMM. Depois das acusações (justificadas ou não) feitas a alguns adversários sobre o seu "tachismo", não deixa de ser curioso que alegando a legalidade, alguém se aposente aos 48 anos, mesmo se o dinheirinho reverte em grande parte para o Partido. Afinal, quando se acabar a carreira local, basta uma desvinvulação do Partido, pará...

Acontecimento duvidoso que fica para o próximo ano: Toda a rocambolesca história em torno da deslocalização da REN no concelho de acordo com a proposta do novo PDM. Também aqui foi notável a falta de transparência (e de estudos justificativos) que nos explicassem porque se fazem desanexações da REN nuns locais e se concentra quase toda ela numa só zona. O valor ecológico de certas áreas não desaparece em 10 anos, a menos que tenha sido mal protegido, enquanto é muito estranho que se tenha deslocado todo para o mesmo ponto. Acresce a isto o desmando a que tem sido sujeita toda a zona ribeirinha da freguesia de Alhos Vedros, que parece não estar para acabar brevemente, entre aterros, lixeiras a céu aberto, o cais de desmantelamento e tudo o que se vê.

Figura positiva do ano: Joaquim Raminhos e a sua eleição para vereador, por ter conseguido congregar uma larga faixa da população descontente com a gestão da CDU, mas sem confiança no PS como protagonista de um modelo diferente de desenvolvimento para o concelho. Se um assumido anti-bloquista como eu foi fazer a cruzinha à frente do nome do Bloco de Esquerda, alguns méritos terá o candidato, só se esperando que a esperança depositada nele se traduza na sua acção fiscalizadora das poucas vergonhas e negociatas quie por aí andam.

Figura negativa do ano: Eurídice Pereira e o descalabro eleitoral a que levou o PS, ao blindar uma direcção local socrática a todas as vozes internas alternativas, esquecendo que muitos dos seus críticos têm um peso local muito maior do que o seu. Ao não apresentar uma rectaguarda de combate para o debate político (o que a CDU apresentou resguardando as suas primeiras figuras do desgaste) e ao ser abandonada pelo seu apoiante mais directo em troca de um job lisboeta, Eurídice Pereira só teve para apresentar uma riqueza de meios de campanha e propostas incompatíveis com o seu próprio diagnóstico da situação financeira da CMM.

Figura duvidosa que permanece para o próximo ano: Rui Garcia e o seu papel pardacento na gestão do Urbanismo e do Ambiente (!?) e em muito do que se encontra na proposta de revisão do PDM. Com ele a permanecer no lugar espera-se o pior em termos de acção, inacção e dicção. E só não escrevo mais, por causa de uma das minhas decisões para o Ano Novo que divulgarei amanhã.

Esperança do ano: Nuno Cavaco ou a face civilizada da opinião ligada ao PC, publicada no concelho. A sua recente subida à assessoria do inefável RG faz-nos ter a esperança que traga algum bom senso a uma área de onde ele (o bom senso) tem andado ausente. A lealdade e a amizade também passam por avisar aqueles que estimamos dos erros crassos que comete(ra)m ou que se prestam a cometer.

Lamento do Ano: a suspensão da publicação do jornal O Rio, conhecida já quando este texto estava preparado, devido às enormes dificuldades financeiras com que se começou a debater nos últimos tempos.

AV1

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