É a atitude do poder moiteiro pós-aprovação do PDM.
Após quase uma década de estudo, planeamento e muito ziguezaguear que levou mesmo um Presidente a ir pela borda fora, o processo chegou ao "fim" no plano formal local como um projecto de uma só cor, encerrado nas suas contradições e compromissos com os interesses de alguns, contra tudo e todos que tiveram oportunidade de expressar a sua opinião.
Claro que vão alegar que a maioria nas eleições autárquicas legitima todo e qualquer desmando, algo que sensatamente não parecem reconhecer como direito ao governo da Nação, eleito igualmente com uma maioria.
Mas a verdade é que o PDM é uma coisa moribunda, sem chama, mais que não seja porque, na prática, o poder moiteiro age como se já estivesse aprovado, esquecendo-se que está em vigor ainda o "velho".
É um documento que devia congregar vontades e ser consensual, que não condicionasse as opções de futuros executivos e outros intervenientes, não passa de uma armadilha estendida a quem, porventura, venha a herdar o cadeirão e tenha outras ideias.
Em sua defesa apareceu apenas o chefe de orquestra que, com a sua batuta, impôs os cinco votos da maioria, contra todas as vozes da oposição, da sua Esquerda à sua Direita, para não falar no protesto veemente das populações mais sacrificadas e o marasmo do resto. De forma tímida, os amoitados mais pressurosos escreveram umas linhas e bateram em retirada.
Quando confrontados com dados muito estranhos sobre valorizações súbitas de parcelas de terreno, quase sempre objecto de transações com timing preciso, nem ousaram desmentir porque sabem que é tudo factualmente rigoroso.
Só é pena que esse trabalho tenha de ficar a cabo de cidadãos "anónimos", sem qualquer maquinaria por trás, seja de propaganda, seja de hábil - oh, quão hábil e quão regiamente recompensada - assessoria jurídica.
É tudo muito opaco e pantanoso.
E depois há o outro que faz a velha ameaça dos Tribunais, embora sem o vigor trauliteiro de outrora.
Provavelmente saberá que o melhor será não cuspir muitas vezes para o ar, não vá...
AV1
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