Esclarecimento ao esclarecimento

Escreve o engenheiro Brito Apolónia em O Rio:

«3. Também, desde já, quero tornar clara uma outra situação. Na estratégia de um designado “ataque ao poder moiteiro” que o blogue «Alhos Vedros ao Poder» vem publicando, encontra-se delineado o “perfil” de um possível candidato que AV1 (o autor) apresenta como o mais indicado para enfrentar, em próximas eleições autárquicas, a actual maioria no município da Moita. Algumas pessoas leitoras daquele blogue têm vindo a dizer-me que aquele “perfil” (resultado das posições de equidistância e de independência política que tenho assumido na publicação de O RIO) é um fato desenhado a pensar em mim, eventualmente com a minha anuência. Nada mais falso.O que quero, desde já e em definitivo, é deixar claro que sou completamente alheio à concepção de tal “perfil” e que, não sou, nem serei, o “eventual candidato comum” em que assenta a referida estratégia. Mais claro e definitivo ainda, como é do conhecimento público, sou de há muito membro do PCP e não disputarei, em nenhumas circunstâncias, quaisquer eleições contra o meu partido.»

Este parágrafo merece-me os seguintes reparos num espírito bem-humorado:

a) Conheço o director do jornal O Rio de forma quase episódica e através de uma amizade comum. Em nenhum momento debati com ele de forma directa, mais ou menos extensa, a situação política local ou nacional. Desde que nasci, julgo que não terei trocado com o senhor Brito Apolónia mais do que algumas dezenas de minutos de conversa, distribuídas por 2 ou 3 ocasiões, salvo alguma falha de memória. Ele poderá confirmar isso mesmo a quem o inquirir sobre o assunto.

b) Em nenhum momento o senhor Brito Apolónia foi por mim contactado ou sondado em relação a qualquer tipo de candidatura comum a nada. Por duas razões simples: eu nunca farei esse tipo de contactos com ninguém porque isso não me compete e o dito perfil foi concebido em termos teóricos, mesmo se com alguma inspiração em situações concretas, deste e de outros concelhos (ainda recentemente realcei o caso da Chamusca, mas outros haveria).

c) Desde o início muitas pessoas e blogues que agora assobiam para o lado, insinuaram que o AVP estaria a lançar a campanha de um certa e determinada pessoa à presidência da CMM e nunca falavram ou escreveram que seria JBA. Algumas outras pessoas acharam que esse perfil se adequava a JBA e por mail ou directamente perguntaram-me se estava a pensar nele. Respondi que embora o perfil fosse teórico e abrangesse um leque mais alargado de hipóteses, a pessoa em causa me merecia a maior das considerações e que se fosse candidato teria o meu voto, mesmo se isso acontecesse no âmbito da CDU (ainda hoje confirmei isso a um leitor do blogue que conhece a minha identidade).

d) Se existem alguns interesse que visam enredar o senhor JBA em qualquer estratégia para o prejudicar pessoalmente e ao jornal que dirige, por favor não responsabilizem o AVP por isso, inventando conspirações obscuras, mas sim o seu próprio cinismo, hipocrisia e duplicidade. No meu caso deixei de enviar qualquer texto meu, sob pseudónimo, para publicação nas páginas de O Rio, desde o seu renascimento, para evitar problemas a quem arrisca mais do que eu.

e) Por fim, e porque está a começar a série Erva na RTP2, acabo afirmando que só o facto de o cenário traçado no espaço deste blogue para ataque ao poder moiteiro merecer tamanho destaque ao nível das conversas políticas locais e mesmo ao nível da imprensa não-anónima, só esse facto, repito, demonstra até que ponto o AVP e as opiniões aqui expressas agitam esta pasmaceira política local e têm maior impacto que meia-dúzia de prosas esforçadas dos pouquíssimos articulistas que ainda defendem este poder moiteiro.

Ao engenheiro Brito Apolónia renovo os meus cumprimentos pelo seu presente, pelo seu passado, desejando-lhe tudo de bom ao seu futuro.
E, como ele certamente saberá, aquilo que escrevo é aquilo que sinto e não o que seja quem for me manda escrever.
Só a minha consciência.
Que é aborrecida e exigente como tudo.



AV1