O que se tem passado na Moita durante o processo de revisão do PDM é paradigmático da forma como a “luta” dos eleitos locais pela geração de mais-valias simples e pela sua captura pelos privados pode ser uma luta sem quartel.
Com efeito o executivo municipal não tem deixado os seus créditos por mãos alheias na luta pela defesa dos interesses daqueles que, tendo por uma coincidência, apenas uma coincidência, comprado terrenos abrangidos pelas REN e RAN e por elas desvalorizados, viram agora a autarquia eleger esses terrenos como novos terrenos urbanizáveis no âmbito da revisão do PDM. As coincidências acontecem mas dão muito trabalho, senão como se poderia garantir que os beneficiados das coincidências fossem sempre os mesmos?
O “processo”está exemplarmente descrito aqui.
Com efeito o executivo municipal não tem deixado os seus créditos por mãos alheias na luta pela defesa dos interesses daqueles que, tendo por uma coincidência, apenas uma coincidência, comprado terrenos abrangidos pelas REN e RAN e por elas desvalorizados, viram agora a autarquia eleger esses terrenos como novos terrenos urbanizáveis no âmbito da revisão do PDM. As coincidências acontecem mas dão muito trabalho, senão como se poderia garantir que os beneficiados das coincidências fossem sempre os mesmos?
O “processo”está exemplarmente descrito aqui.
O que quero salientar neste curto texto é que neste jogo perverso em que a Administração – neste caso a autárquica – decide quem ganha e quem perde no balanço entre menos-valias e mais-valias, agindo em prejuízo de uns e beneficiando outros, a REN e a RAN são instrumentais desse objectivo. Através da manipulação espacial das áreas de REN e de RAN – benditos solos da Moita com o seu ecletismo, não se via nada assim desde o Jesus Correia – até, pasme-se, com ganhos em valor absoluto, vai-se atribuindo a lotaria a quem se escolher. (Ou ser-se-á escolhido pelos felizardos?).
Razões fortíssimas têm os moradores da Várzea da Moita para lutarem, já que aquilo que agora se passa é uma cópia daquilo que passados alguns anos irá acontecer com os seus terrenos. Desvalorizados pela classificação em REN, inviáveis para a continuação da actividade agrícola, abandonados a prazo, desvalorizados, vendidos a baixo preço, adquiridos pelos especuladores, reclassificados pelos autarcas de serviço com as mais-valias a irem direitinhas para os bolsos dos do costume.
Custa-me ver algumas pessoas terem manifesta dificuldade em perceber isto. Em perceber como estas absurdas figuras da nossa legislação urbanística são consecutivamente manipuladas em defesa dos interesses dos poderosos contra os interesses das populações. Custa-me ver como as eminências pardas do regime, não percebem que a defesa dos usos agrícola e florestal não têm sido promovida nem pela REN nem pela RAN e que essa defesa carece de uma nova política que limite o uso urbano aos perímetros urbanos e que dessa forma proteja os usos agrícola e florestal que em condições normais não pode competir com a capacidade de amortização do uso urbano.
A discussão mais bronca a que assisti nos últimos anos foi a de um hipotético movimento contra a municipalização da REN e da RAN, condição sine qua nom, diziam, para as manter em todo o seu esplendor de “instrumentos de defesa do ordenamento do território”.
Contra a municipalização? Mas quem é que já hoje delimita e demarca, aconchega como diria um amigo meu, as áreas de REN e de RAN? Não são os municípios?
Na Moita, como será? Estarão governamentalizadas ? Não, não estão e para serem manipuladas para defesa dos interesses dos do costume isso não faz falta nenhuma. Desde que não se ponha fim à captura das mais-valias pelos privados podem por a REN e a RAN no Panteão Nacional que a “malta” continuará a governar-se como de costume.
José Carlos Guinote
Sines, 12 de Agosto de 2008
5 comentários:
É com grande tristeza que assisto ao que se está a passar no nosso concelho. Fui autarca da CDU, tinha orgulho no que se fez até certa altura, mas, após um dito João de Almeida e agora um tal de João Lobo, todo o trabalho positivo efectuado pela CDU foi por água abaixo. Como militante (já o fui mais, pois agora até tenho vómitos da gente que nos ditige localmente) do PCP e da CDU custa-me assistir a estas vergonhas, que todos sejam unânimes em afirmar, e não oferece dúvidas a ninguém, que se tenha vindo desde a gestão dos senhores atrás mencionados, a destruir este concelho e não se queira parar. Que se defendam os especuladores e poderosos e se prejudiquem as populações em geral e uma série de famílias que possuem terrenos agrícolas, obrigados a vender ao desbarato, para que os poderosos se enriqueçam ainda mais. A quem serve esta política? Como é que o nosso PCP e a nossa CDU permitem isto? É uma tristeza.
Tá bem abelha! És tanto do PCP como o António Ângelo é do PS ..., bem se calhar até és.
"Abelha"? Cala-te barrote queimado. Já tens tacho, pins à porta, que queres mais?
Afinal qual destes dois palermas é comunista?
No meio disto tudo parece que comunista, comunista, só mesmo o Sr. Presdente. Comunista é aquele que faz o que o partido manda. Não o daqui, que não passam de marionetes de balcão e imperial (em Alhos Vedros é mais caipirinha). Quem manda está em Lisboa. E os tontos da Moita só têm que obedecer.
Aquele que não é o Vosso melhor amigo
Desculpem. Tenho de falar da minha mulher. Atraiçou-me outra vez. Descobri ontem por um amigo da CDU que me encontrou no café e me contou que tinha as cuecas dela no porta-luvas do carro. Fui ver. Reconheci-as logo. Foram as cuecas que lhe ofereci no dia do nosso 12º aniversario de casamento. Ainda tinham sinais da sua ultima menstruação, que aconteceu a semana passada. Se eu sober quem a comeu, parto-lhe a tromba toda. Estou farto de ser encornado. Obrigado.
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