A uma semana das eleições para a Assembleia Constituinte de 1975, interrogava-se a jornalista Maria Antónia Palla, "Para onde irá o voto das mulheres ?"
E respondia assim:
«Tradicionalmente o voto das mulheres é conservador. O eleitorado feminino foi até hoje um dos mais importantes suportes dos regimes de direita e daí o tratamento especial que lhes reservam os partidos e os políticos de todas as tendências que contam, de um modo ou outro, vir a conseguir a sua preferência. Péron foi sucessivamente eleito com o apoio das mulheres; De Gaulle contou com elas nos momentos decisivos; em Itália, elas são o grande sustentáculo da Democracia Cristã; Allende foi duas vezes derrotado pelo voto das mulheres e caiu simbolicamente ao som do bater das tampas das panelas vazias.»
(Vida Mundial, nº 1857, 17 de Abril de 1975, p. 36)
E esta, hein ?
Lá diria o Fernando Pessa.
A Democracia, o Feminismo, o Sufrágio Universal, etc, etc, tinham destas contradições.
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