... como quem chama por mim !
No blog do Brocas, deixaram um comentário que nos(me) visa parcialmente (ou será completamente) pelo tratamento dado ao caso da aposentação do senhor ('inda agora eleito) Presidente da CMM.
Aí se diz que andaremos algo "enlouquecidos" e que estaremos a esquecer (deliberadamente?) "a vastidão do problema".
Pois, pois...
Não será bem o caso e aqui serão publicados mais posts sobre o assunto na segunda-feira.
Mas a talhe de foice aqui ficam umas ideias, lamentando estarmos sem comentários para diálogo mais directo.
1) "Enlouquecidos" não estaremos, pelo menos por causa disto. Ou já estamos há muito ou nunca estaremos, atendendo a tudo por que já passámos. Quanto muito estaremos, ou melhor, estarei eu roídinho e verde de inveja. Depois explicarei melhor porquê, mas é óbvio que se adivinha.
2) Eu não me esqueci da "vastidão do problema", por isso mesmo é que me reservei para pensar no assunto - no seu plano geral - e não me atirei logo para alguns parágrafos que me sairiam facilmente demagógicos, pois denunciar o ataque aos direitos adquiridos não é algo que exija grande esforço e até já o fizemos há umas semanas (mas isso agora não interessa nada... porque muitos clientes são novos no nosso boteco).
3) Admito ainda que, entre a investida actual contra os direitos adquiridos de muitos trabalhadores - alguns adquiridos em 74/75, mas muitos outros de aquisição bem mais recente - e os comportamentos individuais de escapatória a essa investida existe uma margem de manobra a que só alguns têm a possibilidade de recorrer. E esse é um direito que lhes assiste.
4) Agora o problema é que quem "ferros mata, com ferros morre" e quem levantou a voz contra as regalias de políticos e gestores públicos (caso de muita esquerda moralista...), apontando casos ad hominem também é merecedor de tratamento equivalente, mesmo se as pensões não são principescas, mas meramente fidalgas. Neste particular, será interessante comparar o comportamento criticado a Santana Lopes e a tolerância reservada para outros.
Por isso, a crítica irónica que se fez ao comportamento de quem exerceu o direito de se aposentar, estando em pleno exercício de funções públicas e em idade perfeitamente activa, visou apenas realçar como a coerência é uma palavra muito interessante no debate público, mas algo vago na organização da vidinha de cada um de nós.
Ah...
E não nego!
Se estivesse no lugar dele talvez tivesse feito o mesmo, porque o mar nestes dias não está para grandes pescarias e quando eu lá chegar, aos 40 anos de trabalho (que já lá vão quase 20) e 65 de idade, ninguém me garante que me possa sequer aposentar.
AV1
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