quarta-feira, outubro 05, 2005

Dicionário Autárquico IX

R de Raminhos – o Joaquim Inácio para quem o conheceu mais novo. È talvez a única razão que me irá fazer colocar uma cruzinha num boletim de voto, antecedido pela expressão Bloco de Esquerda. Desculpem os bloquistas convictos, mas é verdade. Acredito que a lista que o Bloco local organizou é a que efectivamente mais gosta do nosso concelho pelo que ele é e não pelo que ele lhe pode dar. O Raminhos é uma pessoa séria, a quem não é justo apontar a falta de experiência política como handicap da sua candidatura. Se assim fosse, estávamos condenados a viver apenas em esquemas sucessórios, em que os vereadores para o Urbanismo sucedem aos Presidentes anteriores, ou em que as alternativas se limitam a ter carreiras políticas inteiramente dependentes da filiação partidária. Apesar das minhas discordâncias sobre algumas estratégias da CACAV e sobre a sua permanente vulnerabilidade aos humores dos Poderes, o percurso associativo do Raminhos sempre foi feito em prol da terra e não de si. Por isso, e porque na sua lista existe gente que eu conheço e em cuja integridade acredito (compensando um ou outro “oferecido” de última hora), já há muito afirmei que este será o meu sentido de voto. E garanto que ele não sabe quem sou, nem irei depois, em caso de sucesso eleitoral, cobrar qualquer coisa.

S de Socialista – o tal Partido que há 30 anos está afastado do poder na Moita e que sempre foi dilacerado internamente pelos seus insucessos. Este ano, a aposta foi feita em força, com uma direcção local alinhada pelo socratismo pragmático desde a saída de Ferro Rodrigues da liderança. Como em outras alturas, os remoques internos deram origem a uma galopante maledicência que tem azedado a campanha e que, em última instância, pode alienar muitos votos necessários à prometida mudança. Por outro lado, o extremo alinhamento com a linha socrática do PS, abre o flanco a ataques contra as políticas recentes do Governo e cria uma debilidade que a CDU tem tentado explorar à exaustão, jogando com o descontentamento popular com o Poder Central. De qualquer maneira, a noite de 9 de Outubro será de Glória ou Fracasso e será seguida de muitos ajustes de contas. Seja como for, o desfecho não será bonito de se ver. Quanto às possibilidades de ganhar a Câmara, tudo se irá decidir principalmente com o sentido de voto na freguesia da Baixa da Banheira, a mais populosa e aquela em que a campanha socialista mais apostou. Na Moita, a manutenção da Junta está em causa, enquanto em Alhos Vedros a aposta foi modesta devido à recusa de Vítor Cabral arriscar a sua conquista, o que com uma boa campanha seria possível.

AV1

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