domingo, outubro 02, 2005

Prémios da Semana

Nestes dias de campanha eleitoral mais a sério, os opinadores de serviço ou meramente ocasionais, esmeram-se em produzir textos combativos, de propaganda partidária, destinados ou a aliciar os indecisos e insatisfeitos ou então a aemaçar com as penas da danação os críticos e/ou transfugas.
Neste particular, a secção de opinião desta semana do Jornal da Moita é um viveiro maravilhoso de figuras de estilo, de melhor ou pior gosto, e de profissões de fé, mais ou menos ligadas à realidade, não esquecendo ainda os elogios em causa própria.
São 6 textos, 3 de pessoas ligadas ao PS, 2 de candidatos do PSD e apenas 1 da CDU (aparentemente o Nuno Cavaco foi o sacrificado ao espaço disponível). Refira-se ainda que um bom número de textos é de autores que raramente aparece(ra)m, tendo aproveitado esta quadra festiva para darem a cara e o nome.
Por tudo isto, achamos que devemos atribuir alguns prémios a distinguir as frases de gosto mais duvidoso ou, apenas, aquelas em que o delírio ou a mera fé parecem substituir a Razão. Seriam frases lógicas num cidadão sem grandes responsabilidades, ou mesmo no AVP (que sabemos ser o cúmulo do mau gosto), mas nunca em pessoas que aspiram a algo mais.
Os prémios atribuídos seguem apenas a ordem de publicação e não sugerem qualquer outra lógica.

1) Prémio "Por isso é que eu já me amanhei por Lisboa"
«Este é um Concelho que hoje se encontra a definhar numa morte lenta e agonizante (...).»
(Rui Mourinha)

2) Prémio "Cheira-me a ranço não sei porquê !"
«Ninguém, minimamente equilibrado, acredita nesta lábia rançosa do PS/Eurídice (...).»
(Manuel Madeira, que tem outros dichotes equivalentes por aí abaixo)

3) Prémio "Aceitamos tudo o que apareça, desde que mexa"
«Com a vantagem de não olharmos às cores políticas que cada um defendeu no passado, construímos as melhores equipas (...).»
(Fernanda Velez)

4) Prémio "Ninguém ainda tinha dado por isso"
«São muitos os problemas com que os jovens hoje em dia se deparam.»
(Virgílio Gonçalves, embora o texto até escape muito razoavelmente à crítica)

5) Prémio "Eu sou a luz que alumia"
«Sei por experiência própria que para brilharmos não necessitamos de apagar a luz dos outros.»
(Vitor Pereira Mendes, sempre modesto e humilde)

6) Prémio "Alguém me explica o que é ser exequível ?"
«O Partido Socialista apresenta-se na Moita com uma equipa coesa, com projectos de qualidade, realistas e exequíveis.»
(José Lourenço, que também devia aprofundar a noção de "coesão")

AV1, o meta-articulista e meta-crítico nas horas plenas do dia.

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