terça-feira, dezembro 13, 2005

Chegámos a meio do Campeonato

E o jogo de hoje esteve mais ou menos animado.
Com o avançar dos debates, os candidatos vão-se soltando um pouco, mesmo os mais rígidos e sisudos, como era o caso dos de hoje.
Cavaco e Jerónimo tiveram um desempenho melhor do que nos últimos debates em que participaram e voltámos a ter um encontro equilibrado.
Na primeira metade, a jogar a favor do vento, Jerónimo de Sousa fez até agora o melhor ataque ao passado de Cavaco quanto a destacar a incoerência entre prática passada e os princípios que actualmente se afirmam em favor da concertação social. Cavaco tentou refugiar-se nas habituais tiradas relativas à necessidade de "desenvolvimento da economia", mas foi empurrado para aspectos mais concretos.
Na segunda parte, Cavaco equilibrou a contenda e acabaram os dois a concordar com a não legalização da prostituição e pareceram muito satisfeitos com isso.
Logo haviam de concordar numa coisa em que discordo de ambos pois, como deveis saber, sou favorável à legalização da prostituição porque, encarando a sexualidade como um qualquer outro aspecto da vida das pessoas e como uma função física natural, acho que cada um faz com o seu corpo o que quer.
Cavaco e Jerónimo, como bons conservadores que são em termos de costumes, confundem prostituição (prestação sexual em troca de uma remuneração) com lenocínio e a escravatura branca, à moda dos pensadores oitocentistas, mas pela cara deles não seria de esperar outra coisa.
E pronto, lá acabaram irmanados na sua boa moral e ambos satisfeitos com o que fizeram.
E o Cavaco já se safou de três debates quase incólume.
Falta o último e mais difícil derby com Soares.
Jerónimo vai entusiasmando as hostes, mas já sabemos que é apenas um aquecimento para as encaminhar no bom sentido que, no caso em apreço, será desejavelmente o patriarca Soares.

AV1

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