Porque É Que Portugal Não Evolui, 5 Motivos !

Primeiro, os portugueses são extremamente acomodados, se perderem uma perna, pensam logo: ai que bom que não perdi as duas e agora já não trabalho mais! (O meu vizinho ficou paraplégico e eu não, coitado do meu vizinho.)

Segundo, somos invejosos, não fazemos nada e não temos a mínima ideia criativa sobre o que fazer das nossas vidinhas. Mas, se nosso amigo consegue ter sucesso em alguma coisa, dizemos que ele tem sorte e nasceu com o cú voltado para a lua e odiamo-lo, porque conseguiu fazer alguma coisa.

Terceiro, funcionamos em grupo; o que o mais “engraçado” do grupo indica, o resto da malta aceita e menospreza os outros que não acham tanta graça ao tipo, ou então desprezam outros que querem ser engraçados, mas como o outro já está a ser engraçado há mais tempo, as graças dos outros não têm tanta graça como os outros que tentam ser engraçados. O engraçado é que se um gajo sem graça nenhuma por acaso acontece de ter algum tipo de poder, passa a ser realmente engraçado porque tudo o que diz tem graça!

Quarta, choramos demais e pedimos que o Estado faça por nós o que os nossos pais nunca puderam fazer. O Português tem a mania estúpida de achar que tem direito a que o Estado o sustente... os funcionários do Estado acham exactamente o mesmo, mas por serem funcionários públicos que contactam com o povo, acham que chegaram ao topo da evolução a nível de emprego e que todos os outros são uns incompetentes, que estão ali só para pedir ao Estado, não sendo funcionários do Estado... Chateia-os imenso que os outros cidadãos sejam uma espécie de inválidos que não conseguiram ser funcionários públicos, aí chateiam-se e tentam fazer o mínimo possível para que os cidadãos notem que não é fácil ser-se funcionário público, e que o respeitinho é muito bonito.

Quinto, os cidadãos não protestam porque têm o sentimento de estarem a ser inconvenientes, mesmo que o funcionário público não se digne a olhar para ele e se vá embora beber um café, fazendo o cidadão esperar 45 minutos... este sentimento de culpa, por parte dos cidadãos, tem a ver com a nossa herança de traidores e bufos...
Na Idade Média, quando queimavam as bruxas, todos, no fundo, se alegravam com o espectáculo. Na época da Santa Inquisição, todos gostavam de ver os gajos que se armavam em espertos (os judeus e todos os que pensavam autonomamente) a serem torturados, espoliados dos bens e queimados vivos nas fogueiras do Santo Ofício. Durante o nosso Fascismo, metade da população vigiava a outra metade e vice-versa, muito mais pelo prazer de poder lixar o vizinho do que por ideologias... Agora voltámos ao Sebastianismo e a Santa Fátima, voltou para salvar o povo de Felgueiras, a gente atrasada e bruta que nas reportagens apresentam imagens da Santa Fátima, junto ao peito. Mas, se repararmos na massa humana que apoia a Encoberta, vê-se que são apenas os velhos lá do sítio e nenhum jovem ou jovem adulto. Exactamente a mesma faixa etária que quer a pena de morte para os arguidos Carlos Cruz e Paulo Pedroso e uma política que idolatra e beatifica a demagoga e quiçá culpada salvadora de Felgueiras!
Quando penso que o 25 de Abril de 1974 fez este povo ficar ainda pior do que era antes do 25 de Abril, faz-me realmente pensar que, se calhar, Salazar até estava certo e que este povo não consegue funcionar em democracia e precisa de um ou vários ditadores armados em espertos para lhes dizer ... “Não vás por aí”. Aí o povo diz, “não, não vou por ali!”

AV2