Devido à quadra esta coluna dominical ficou para hoje.
Mas decidimos compensar o público masculino.
Por isso, vamos recordar aquela que é a série mítica, por excelência, da década de 90.
Sei perfeitamente as circunstâncias em que a vi pela primeira vez, quando nunca tinha ouvido falar da coisa e mesmo nos States ainda era uma série semi-desconhecida de um canal por cabo.
Era um Verão de início dos anos 90. O primeiro Verão com televisões privadas.
Toda a gente tinha ido de férias, menos eu.
Depois de alguns meses de desemprego, tinha ficado atulhado de trabalho, tudo com prazo marcado.
Então lá fiquei eu em pleno Agosto em Alhos Vedros, frente, salvo erro informático, ao meu EuroPC da Schneider a acabar uma ou duas das encomendas.
Como trabalhava melhor pela manhã, a partir de certa hora da tarde ficava imprestável para consumo e aproveitava para ver o que a SIC e TVI tinham para nos oferecer.
Foi então que, vinda do nada, vi pela primeira vez aquela que sempre achei a série pós-moderna por excelência, por combinar de forma perfeita o vazio do conteúdo com a exuberância da forma. Na prática isto significa que vi a Erika Eleniak a correr praia acima, praia abaixo, recém-saída das páginas da Playboy, como se não houvesse amanhã e todos os nadadores desabilidosos tivessem escolhido a praia que ela patrulhava para se deixarem afogar.
Como eu os passei a compreender.
Os episódios que se seguiram - numa base diária, tipo despacha o produto que nós não percebemos o que aqui temos - continuaram a maravilhar-me, apesar do evidente curto orçamento, de ter de aturar o David Hasselhoff, e da galeria feminina só ter ganho a Alexandra Paul durante algum tempo.
Depois foi a explosão de sucesso na América e, por arrasto, por todo o mundo.
Tudo, evidentemente, apenas graças a puro talento dos argumentistas que, tal como os cozinheiros com o bacalhau, arranjaram 1001 maneiras de nos mostrar o que de melhor havia para mostrar em matéria de corpos femininos com fatos de banho vermelhos em praias da Califórnia.
Se a Pamela Anderson se tornou a figura de referência da série, não esqueçamos actrizes do calibre de uma Yasmine Bleeth, de uma Nicole Eggert, de uma Gena Lee Nolin, de uma Carmen Electra que tanto mereceriam um Óscar pela dedicação com que entregaram o corpo à série.
Com o passar do tempo, a habituação fez diminuir o interesse e o sentimento de culto com que se via a série, embora ainda se justifique uma visita ao site oficial, para recordar a galeria do elenco.
Digam o que disserem os críticos mais sisudos, as Marés Vivas foram durante muito tempo a alegria dos nossos olhos.
AV1
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1 comentário:
Agora imagina tu o que seria, tu ires para a Praia da Gorda e encontrares lá a Yasmine a fazer de Salva Vidas.....
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