segunda-feira, dezembro 05, 2005

Um bocadito chocho

O debate desta noite.
Parece que estava ainda tudo em aquecimento.
Falhei os primeiros 10 minutos porque estava a ver a série Stingers no AXN e "esqueceu-se-me".
O que vi da primeira parte ia-me fazendo roncar.
Por caricato que seja - se repararam no detalhe - quando as câmaras se afastavam para o intervalo foi Cavaco Silva que fez com as mãos sinal aos entrevistadores (moderadores ?) para animarem as coisas.
Na segunda parte o tom foi menos sonolento e monocórdico.
Embora a coisa continuasse a parecer mais uma entrevista repartida, com perguntas à vez e os candidatos a concordarem em quase tudo ou, pelo menos, a tratarem-se de forma civilizada e não conflitual.
Apesar de tudo, Manuel Alegre mais solto e de verbo mais fácil do que Cavaco, que é uma verdadeira cara de pau a falar.
Um problema foi a completa ausência de concretização do que quer que fosse. Curiosamente, ambos se mostraram muito preocupados em demonstrar que apenas vão "sugerir", "propor", etc e tal, qualquer coisa que seja em áreas da governação.
Em última instância, para Cavaco, quase parece que o papel de Presidente da República é como se não existisse.
Manuel Alegre apelou a valores, destacando a Pátria, a Liberdade e a Democracia, quase a finalizar e lá nos aqueceu um pouco a alma.
Para fechar, Cavaco deu-nos com um diagnóstico e um recado estudados e pouco mais, que nos deixou a olhar para o robot.
Enfim, que sejam estes a passar à segunda volta e teremos uma contenda bem dicotómica, mas civilizada e sem atropelos.

AV1

Adenda: É muito interessante a (não) análise ao debate no blog do Supé-Mário, em especial por quem a faz e pelo namoro evidente a Louçã, na esperança de uma desistência favorável aos interesses do tetravô da pátria. Interessante ainda que o blog não tenha comentários, moderados ou não. Como não passava por lá há muito, só agora dei por isso.

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