Como escrevi no post anterior, penso não ter nem uma pinga de jeito para me envolver na política que temos, muito menos na partidária.
Fugi sempre como Satanás do crucifixo de qualquer manobra de envolvimento, mesmo quando dei dois passos em frente para berrar a minha opinião.
Só que sempre achei que eu viveria melhor sem me meter na política e que a política viveria melhor sem mim.
Se eu achasse que alguém ficaria a ganhar com o meu envolvimento na política, a qualquer nível, por certo que teria feito algo nesse sentido.
Mas não.
Tenho consciência das minhas limitações na matéria.
Mas há quem não as tenha.
E este arrazoado vem a propósito de um par de prosas gosmentas que li na imprensa de ontem, uma de Vasco Pulido Valente sobre os nossos últimos três Presidentes da República no Público e outra de Maria Filomena Mónica sobre a campanha eleitoral que está quase a acabar, nas páginas da Visão.
Nenhuma delas tem link para não assinantes, por isso ou têm as coisas em papel para lerem se não leram ainda, ou então é melhor fiarem-se nas minhas palavras.
Vamos por partes: Vasco Pulido Valente parece que é historiador e que fez coisas bem interessantes, jo seu tempo, que já passou há muito. Tudo o que escreveu nos últimos 25 anos com pretensões historiográficas é assim para o fracalhote, mesmo se pretensioso. Filomena Mónica é um híbrido de socióloga-biógrafa-historiadora- qualquer coisa. Alterna coisas muito boas com outras muito más, dependendo da matéria que aborda, pois o seu olhar é sempre de cima para baixo, quando se trata do povinho. Se o tema for aristocrático ela respeita-o e a coisa anda, caso contrário, estamos tramados.
VPV e MFM para além de serem ambos conhecidos por três nomes e terem as iniciais dos nomes como uma espécie de sigla em capícua, têm em comum terem andado a estudar nos anos 60 pelas Oxfords desta velha Europa (eram de famílias muito necessitadas, claro...) e terem achado na segunda metade dos anos 70 que davam óptimos políticos, mas terem fracassado fragorosamente no intento, por não perceberem que não têm jeito para a coisa.
A partir de então, e tal como António Barreto, desataram a bater em toda a gente da sua geração, e não só, que passou a ocupar lugares que eles acham que deviam ser seus de direito.
VPV do alto da sua sapiência passa em revista 30 anos da nossa história presidencial em menos de uma mão cheia de páginas de jornal, deixando trasparecer todo o seu azedume e ausência de humor.
MFM passa atestados de menoridade a todos os candidatos presidenciais e ao vazio da campanha, como se ela tivesse algo de mais substancial para nos dizer, o que já se provou não ser o caso, como quando no Prós e Contras em que participou na RTP, o mais que nos esclareceu, é que não faz compras, porque tem criadagem para o efeito.
O espectáculo é ainda mais confrangedor do que aquele que criticam.
Nenhum deles tem a genuinidade de Alegre ou Jerónimo, a argúcia de Louçã ou Garcia, o calculismo de Cavaco ou mesmo o enorme narcisismo de Soares, que é aquele com quem mais se parecem.
Por isso, podiam por uns momentos recolher-se e terem o pudor de admitir que não vale a pena dizerem mal daquilo que invejam.
Eu, pelo menos, sou má-língua, mas não é por inveja, é mesmo por mau feitio.
AV1
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