domingo, janeiro 01, 2006

Deprimente e decadente

São as palavras que me ocorrem muitas vezes a propósito da alegria e euforia espontâneas que parecem tomar grannde parte da espécie humana à passagem de um novo ano.
Devo ter sido imunizado durante aqueles reveillons que esporadicamente frequentei na Velhinha em plena época de declínio do disco.
Mas quando somos envolvidos em manobras que visam que um grupo de machos da espécie, obrigados a trajar de vermelho e branco (eu consegui evitar o branco, porque só tive umas calças brancas mas foi em 1986 ou 1987, tenho-as, mas são nº 38 e...), façam uma coreografia para equivalente número de fêmeas da espécie, ao som de uma brasileirada (mesmo sendo Daniela Mercury num dos seus momentos menos maus), algo anda a correr mal e a civilização tal como a conhecemos pode estar a dar as últimas provas de irracionalidade galopante.
Felizmente que, baseando-me no estudo do Expresso, aleguei ser gay (isto lido dá uma aliteração, mas não posso fazer nada), que o meu casamento é uma cobertura de circunstância e a minha filha foi fruto de inseminação artificial. Tudo perante uma audiência de um bom par de dezenas de convivas muito imbuídos de espírito finianual.
Assim, consegui escapulir-me a mais uma situação profundamente embaraçosa que a citada minha filha poderia recordar mais tarde com horror acerca do seu progenitor e dar origem a idas ao psicanalista.

AV1

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