sábado, janeiro 14, 2006

O Rio - Antologia II


O primeiro Novo Ano

A primeira passagem de ano do jornal O Rio aconteceu de 97 para 98, ano que se anunciava da Expo e de levantamento do moral e auto-estima dos portugueses.
Infelizmente, cedo se descobriria que, pelo contrário, se atiravam os últimos foguetes antes do fim da festa de alguns e que o pior estava quase a chegar.
Mas isso agora não interessa nada.
Os inícios de ano sempre foram marcados, a nível local, pela apresentação do Plano de Actividades da CMM. Nesse ano, encontrávamos ainda o rescaldo das eleições ocorridas no final de 97 e que tinham voltado a dar maioria absoluta à CDU.
Entre os 9 investimentos elencados para 1998, nem vale a pena demorarmo-nos muito porque 8 anos depois ainda metade estão por cumprir e mais umas quantas ainda vão muito devagarinho sendo acabadas, mesmo quando se anunciava a sua conclusão. Lá está o anúncio da revisão do PDM, do início da construção de uma piscina municipal na Fonte da Prata, a revitalização urbana do Vale da Amoreira (em 2005 passou a "requalificação" que é termo mais modernaço), a conclusão da sobras de saneamento da caldeira da Moita (já vimos no que deu... um reperfilamento de milhões...).
No balanço feito aos resultados autárquicos, a palavra seria dada ao então jovem em ascensão (e à época sempre disponível para dar a cara nas páginas de O Rio) Rui Garcia e às agora desaparecidas Ana Sofia Gonzalez e Ana Maria Teixeira, pelo PS e PSD, respectivamente.
Como ele é o nosso guru de estimação, vamos transcrever parte das suas declarações que não são mera propaganda, mas apenas aquelas promessas que ficava bem fazer:

«[os eleitores] souberam reconhecer o trabalho realizado, bem como as suas insuficiências, daí também o elevado índice de abstenção que deverá ser visto como um sinal de alguma insatisfação. É necessário retirar daqui as devidas ilações e começar desde já a corrigir o que de errado se terá vindo a fazer, melhorar o trabalho e aprofundar a participação das populações para resolver em conjunto os seus problemas

Já lá vão 8 anos e o aprofundamento da participação das populações ficou na gaveta ou então confunde-se com a participação dos militantes nas secções partidárias. Para além de que o homem se sumiu dos olhos do vulgo e só se encontra em cartazes e Boletins Municipais.
Aliás, a noção de aprofundamento no léxico dos protagonistas do poder moiteiro significa, por via de regra, adiamento para tempo incerto.
Certo ?

AV1

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