À Fundação para as Tradições propugnada por Manuel de Oliveira Filipe, que no fundo mais não é que uma Fundação Taurina na sua essência, desejamos todo o sucesso possível na sua ideia de multiplicar o número de organizações taurinas como estratégia de criar uma Grupo, uma Fundação, uma Escola de Toureio para cada aficionado.
Quanto ao texto do nosso aficionado favorito, VPM para os amigos, reparamos como consegue articular no seu texto um pouco das críticas dirigidas ao marialvismo taurino moiteiro, que bem caracteriza como uma "submentalidade", embora as atribua a quem tem apenas uma "visão suburbana para a terra" (fica por saber se a visão aficionada será rural ou cosmopolita e se a "visão suburbana" será a da autarquia que lhe paga o estipêndio mensal em troca de quase nada), numa atitude justificativa que não lhe conhecíamos ainda há pouco tempo.
Nota-se que percebe ao fim de alguma martelada, que nem todos gostam do que ele gosta.
Mas mostra-se tolerante, graxista o suficiente em relação ao Comércio Local (assim com maiúsculas) que lhe paga a publicação e ergue-o como símbolo de qualquer coisa que não se percebe contra a intolerância dos republicanos de 1910 (malvados maçónicos jacobinos, Viva o rei! Viva o Rei!) que suspenderam os festejos moiteiros e só lhe escapa a hostilidade com que os mesmos foram tratados pelo poder que se seguiu ao 25 de Abril.
Reconhecer isso ia ser complicado.
Acusar os patrões oficiais de descenderem de quem via nas touradas e derivados um sinal de hábitos do regime anterior, ia ser coisa quase tão corajosa como enfrentar um touro desembolado, mas não é preciso exagerar na frontalidade.
Mas o Comércio Local é que é bom porque não tem ideologia.
Claro, só tem interesses.
E vaidades para alimentar.
Mas, adiante.
VPM parece aqui quase esquecer a crise que em prosa no Jornal da Moita anunciava existir no mundo taurino moiteiro.
Mas é verdade que a prosápia está mais mansa e a melena já não se agita tanto ao vento.
João Lobo, outro aficionado desde os calções, encostou-se ao lobby taurino e entalou um pouco a margem de manobra de quem, do lado da Oposição, ou da oposição à Oposição, ou da situação oposta à Situação, já nem sei bem, queria subir à custa de se equilibrar no lombo dos bois e das boiadas.
Mas sempre resta o caminho da vaidade.
E um estudo antropológico giro seria analisar com que frequência certas personalidades foram (des)aparecendo pelas páginas da Tauromaquia.
Eu como não gosto de dar a cara, certamente que não estou lá.
Mas muitos que gostam de se ver fotografados para a posteridade, em sinal de humildade, andam por lá.
Só não reparei é se a nova geração de situacionistas, taurinos por conveniência e circunstância, também apareceu.
Zé Tércio
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