quarta-feira, maio 24, 2006

Luta de Classes

Confesso que tenho uma razoável aversão por todos os detentores de grandes jipalhadas, mesmo quando têm uma família nuclear reduzida, vivem em espaço urbano e usam o "espada" apenas para fazer a ronda das compras semanais e a rotina diária de uma dezena de quilómetros.
Chamem-me proletário complexado, mas é verdade que esse tipo de ostentação balofa e desnecessária me mexe com os nervos.
Não é só porque um Jeep daqueles custa uma pipa de massa que eu não tenho.
É também porque, mesmo que a tivesse, não a usaria daquela forma.
Mesmo recorrendo a crédito e cortando em quase tudo, só para o exibir feito pavão, como muitos o fazem.
(Cá para nós eu até tenho um cunhado que tem 2-Mercedes-2 daqueles com piscas nos retrovisores e tudo, pato-bravo é claro...)
Por isso, me divirto como qualquer puto malcriado quando vejo um destes pacóvios asneirar em grande.
Hoje assisti ao estacionamento típico deste tipo de labrego e, pouco depois, à feliz consequência de tal acto.
O que nem sempre é possível.
Ali estava ele; símbolo de macho-alfa, dominador, todo atravessado, meio em cima do passeio, a impedir a passagem, sem respeito por ninguém.
Quando entrou na coisa para se ir embora, meteu logo o "som", carregou no acelerador para dar uns fumos de potência, engatou a marcha-atrás e zásss....
Em cheio com o retrovisor no poste da luz que estava ali mesmo ao lado.
Coisa linda de se ver, aqueles estilhaços.
Poesia para os ouvidos e colírios para os olhos.
Valem umas belas centenas de euros que para mim dão para uns quantos pneus.
Maravilha.
Deus afinal é grande e hoje passou à hora certa no sítio certo.
Para a próxima é para ver se pode ser num daqueles faróis xpto, que é para alimentar os meus complexos de classe.

Zé Teso

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